Como fazer a MRPA

Conheça as recomendações para a monitoração residencial da pressão arterial (MRPA)

Segundo as V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, a monitoração residencial da pressão arterial (MRPA) consiste no registro da pressão arterial por método indireto ao longo de cinco dias, com três medidas de manhã e três à noite, feitas durante a vigília pelo paciente ou por outra pessoa treinada, tanto no domicílio como no trabalho, com aparelhos validados. Essa monitoração permite a obtenção de um grande número de medidas pressóricas de modo simples, eficaz e pouco dispendioso, contribuindo de modo importante com o controle da pressão arterial. Eis as razões:
1) Estabelece o prognóstico cardiovascular mais fortemente que as medidas no consultório
2) Possibilita o rápido diagnóstico da hipertensão
3) Ajuda a identificar hipertensão do avental branco e hipertensão mascarada
4) Melhora a aderência ao tratamento medicamentoso

Pontos-chave para a abordagem da hipertensão arterial
- Monitore a pressão em todas as consultas;
- Estabeleça, como metas de tratamento, níveis abaixo de 140/90 mmHg para indivíduos sem outras doenças e níveis abaixo de 130/80 mmHg para diabéticos ou renais crônicos;
- Encoraje os pacientes a ter seus próprios aparelhos de medida de pressão e a aprender o método de MRPA;
- Faça um rastreamento do diabetes nos hipertensos e vice-versa;
- Avalie outros fatores de risco cardiovascular em todos os hipertensos, aí incluindo tabagismo, dislipidemia, disglicemia, obesidade abdominal, nutrição pouco saudável e sedentarismo;
- Não se canse de repetir que a mudança no estilo de vida é a pedra fundamental para a prevenção e o controle da hipertensão arterial e das doenças cardiovasculares.

Combinação de pressão elevada e diabetes requer terapia anti-hipertensiva múltipla
A manutenção da pressão arterial em níveis baixos, inferiores a 130/80 mmHg, resulta numa expressiva redução de mortes por doença cardiovascular e de eventos isquêmicos nos portadores de diabetes mellitus. Por essa razão, cada vez mais diabéticos com hipertensão têm usado duas ou mais drogas anti-hipertensivas, como consta, aliás, das recomendações atuais do Programa Canadense de Educação em Hipertensão. Nesses casos, recomenda-se ainda que a terapia múltipla seja combinada a um diurético para o efetivo controle da pressão arterial. O tratamento, no entanto, não substitui a necessidade de mudança no estilo de vida, essencial para quem tem esses dois fatores de risco para doenças cardiovasculares.