Perfil de expressão gênica reclassifica nódulos de tiroide duvidosos e ajuda a evitar cirurgias

A principal ferramenta para a identificação do risco de malignidade dos nódulos tiroidianos é a ...

A principal ferramenta para a identificação do risco de malignidade dos nódulos tiroidianos é a análise citológica do material obtido por punção por agulha fina (PAAF), guiada por ultrassom. Esse cenário de investigação, no entanto, ganhou um novo exame – o perfil de expressão gênica (PEG), conhecido como Afirma® teste, que mede a expressão de 167 genes em pacientes com nódulos de tiroide. O Fleury introduziu esse método em sua rotina, o qual realiza em parceria com o Laboratório Veracyte.

Para um nódulo classificado como Bethesda III ou IV e com resultado “benigno” no PEG, o valor preditivo negativo do teste supera os 94%, o que significa um risco de malignidade de aproximadamente 6%, permitindo, a critério clínico, o seguimento da lesão com exame de imagem, sem necessidade de cirurgia. Por outro lado, na mesma categoria citológica, um resultado de PEG “suspeito” aumenta o risco de malignidade para cerca de 40% (veja algoritmo).

Classificação de Bethesda

Em 2009, um grupo de especialistas se reuniu, na cidade de Bethesda, para padronizar a nomenclatura dos resultados citológicos obtidos a partir da PAAF (veja tabela), tendo dado origem à Classificação de Bethesda. A partir de então, os nódulos considerados como lesão suspeita ou folicular, que representam de 15% a 30% dos resultados dessas punções, passaram a ser classificados em duas categorias distintas, Bethesda III e IV. Em tais grupos, o risco de malignidade fica em 5-15% e em 15-30%, respectivamente, razão pela qual são frequentemente benignos e têm indicação cirúrgica desnecessária na maioria dos casos. O teste molecular de expressão gênica é recomendado justamente nesse contexto, uma vez que pode reclassificar o nódulo como benigno e, assim, evitar uma cirurgia.

O que mudou com a Classificação de Bethesda e quando usar o PEG?
Classificação de Bethesda para nódulos de tiroide

Referências:Cibas ES e Ali SZ. Am J Clin Pathol 2009;132:658-665.
Alexander EK et al. N Engl J Med 2012; 367:705-715.


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