PET/CT ajuda a identificar metástases do melanoma | Revista Médica Ed. 8 - 2009

O tumor é um dos mais ávidos pelo radiomarcador empregado no exame.

O melanoma é um câncer de alta letalidade, cuja incidência vem aumentando na população branca. A presença de metástases, que podem ser regionais ou distantes, influencia o prognóstico da doença de forma negativa.

Por se tratar de um dos tumores mais ávidos por fluordeoxiglicose (FDG), o melanoma dá origem a lesões metastáticas facilmente identificáveis pelo estudo de PET/CT. Dessa maneira, o método apresenta elevada sensibilidade no estadiamento inicial de pacientes de alto risco, sobretudo na detecção de metástases viscerais, em tecidos moles profundos e em linfonodos, por conta de sua capacidade de detectar aumento da utilização de glicose nas lesões, o que ocorre geralmente antes das alterações morfológicas apontadas pelos recursos diagnósticos convencionais.

Melanoma metastático para cérebro (1), hilo pulmonar (2), adrenal direita (3), fígado (4) e linfonodos (5).

A realização simultânea da tomografia eleva a especificidade da avaliação, reduzindo resultados falso-positivos relacionados com a captação fisiológica em alças intestinais e vias urinárias, por exemplo. Ademais, o exame de PET/CT é mais sensível e específico que os demais métodos de imagem para o seguimento e o reestadiamento de indivíduos com melanoma.

Contudo, o estudo não deve substituir a pesquisa de linfonodo sentinela, uma vez que essa técnica consegue demonstrar micrometástases linfonodais, que podem não ser detectadas nas imagens com FDG. Por outro lado, um laudo positivo de PET/CT em uma determinada cadeia ganglionar já contraindica a pesquisa do sentinela naquela cadeia.

O primeiro da fila
Geralmente feita após a confirmação do melanoma por biópsia excisional, a pesquisa do sentinela evidencia o primeiro linfonodo que recebe a drenagem linfática da área em que o tumor se localizava. Se ele não contiver células metastáticas, é possível evitar o esvaziamento linfonodal completo, que pode causar importantes sequelas.

A técnica possui várias vantagens, sendo usada em diversos tipos de câncer. Nos casos de melanoma de tronco e cabeça, em que a drenagem nem sempre é óbvia, a cintilografia pré-operatória consegue definir a cadeia de drenagem linfonodal da lesão e, assim, direcionar a cirurgia.

Melanoma em dorso: cintilografia demonstra drenagem para linfonodo de cadeia axilar esquerda e ausência de drenagem para as cadeias axilar esquerda e inguinais (setas).

Na hora da análise, o linfonodo é completamente examinado em cortes seriados porque, às vezes, há focos mínimos de tumor em apenas um dos cortes, sem lesão nos demais. Além disso, diante de uma exame negativo por hematoxilina-eosina, recorre-se ainda à imuno-histoquímica, que aumenta a acurácia diagnóstica em até 30%, possibilitando, dessa forma, a identificação de micrometástases.

Assessoria Médica
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