A importância da avaliação de fratura vertebral por DXA | Revista Médica Ed. 3 - 2016

O método contribui para o manejo dos pacientes com fragilidade óssea.

O método contribui para o manejo dos pacientes com fragilidade óssea


A osteoporose é uma doença esquelética sistêmica, caracterizada pelo comprometimento da resistência óssea e pelo aumento do risco de fraturas. Uma vez que ocorrem geralmente após uma queda, causam dor intensa e geram incapacidade, as fraturas de quadril e de ossos longos, como a do fêmur proximal, levam o paciente a procurar cuidado médico imediatamente. Já as vertebrais, entretanto, não são reconhecidas no momento em que ocorrem, a ponto de duas em cada três daquelas detectadas em uma radiografia não serem clinicamente diagnosticadas.


A vertebral fracture assessment, ou VFA, consiste em uma tecnologia que utiliza o aparelho da densitometria óssea convencional para obter uma imagem lateral da coluna toracolombar, a fim de pesquisar a presença de fraturas vertebrais. Trata-se de um exame rápido, que utiliza menos radiação do que uma radiografia de coluna e tem menor custo. Só não é adequado para avaliar fratura leve, pela possibilidade de falso-positivo, além de não determinar a etiologia, tampouco diferenciar se a lesão é recente ou antiga. 


Mas o fato é que a realização da VFA em complementação à densitometria óssea pode modificar a avaliação do risco de novas fraturas em um paciente com esqueleto frágil. Sobretudo porque a maioria das fraturas vertebrais não ocasiona sintomas. Quando o quadro é sintomático, uma grande parte dos indivíduos apresenta apenas uma dor leve, que tende a desaparecer em duas a três semanas. E, mesmo quando a dor tem intensidade moderada a grave, o diagnóstico pode não ser feito, já que existem muitas outras condições que cursam com manifestação dolorosa na coluna – estima-se que menos de 1% dos episódios de lombalgia estão relacionados a uma fratura vertebral.


Diagnóstico precoce


Diante disso, torna-se importante buscar essas lesões ativamente. Nesse contexto, aproveitar a oportunidade da presença do paciente no centro de diagnóstico e usar todos os recursos que os aparelhos modernos de DXA proporcionam, aumentando a acurácia para estimar o risco de fraturas, parece ser uma estratégia muito apropriada.


Convém lembrar que fraturas vertebrais causam perda de estatura, deformidades, dores crônicas, uso abusivo e prejudicial de anti-inflamatórios e analgésicos, aumento do risco de quedas, menor capacidade pulmonar, distúrbios do sono, maior dependência de terceiros e diminuição do apetite, prejudicando acentuadamente o estado de saúde do indivíduo, assim como a qualidade de vida. Ademais, a maioria delas ocorre numa idade mais prematura do que as fraturas de quadril, configurando um relevante indicador precoce do estágio da osteoporose.