Aconselhamento genético auxilia a triagem do câncer colorretal hereditário | Revista Médica Ed. 1 - 2009

A síndrome de Lynch é a forma mais frequente da doença, que pode acometer exclusivamente o cólon e o reto ou apresentar manifestações extracolônicas.

A síndrome de Lynch é a forma mais frequente da doença, que pode acometer exclusivamente o cólon e o reto ou apresentar manifestações extracolônicas. 

Em torno de 5% a 10% de todos os casos de câncer colorretal (CCR) diagnosticados estão associados a um fator de risco hereditário, ou seja, a uma mutação genética que predispõe os indivíduos a desenvolver a doença de modo mais precoce. Mas como identificar as lesões potencialmente hereditárias e dar-lhes um encaminhamento correto?

A avaliação de risco em câncer hereditário é realizada durante o aconselhamento genético de pessoas preocupadas com a possibilidade de ter a doença quando há outros casos na família. No Fleury, esse serviço procura determinar o risco de câncer em um determinado paciente por meio da análise detalhada de sua história clínica e familiar.

Em relação à neoplasia colorretal, consideram-se principalmente fatores como polipose, número de casos de CCR, grau de parentesco das pessoas acometidas e idade de diagnóstico dos tumores. Determinada por mutações no gene APC, a presença de centenas a milhares de pólipos em indivíduos de uma mesma família caracteriza a polipose adenomatosa familiar (FAP), uma síndrome rara, que ocorre em menos de 1% dos casos, mas com risco de praticamente 100% para o desenvolvimento de CCR.

Bem mais frequente, a síndrome de Lynch, ou câncer colorretal hereditário não-poliposo (HNPCC), representa até 10% dos casos de CCR diagnosticados e pode se apresentar de formas variadas, seja com a presença exclusiva desse câncer nas pessoas de uma mesma família (S. Lynch I), seja com manifestações extracolônicas (S. Lynch II com tumores gástrico, de endométrio e de ovário, entre outros mais raros).

O diagnóstico genético do HNPCC envolve a pesquisa de mutações em genes de reparo do DNA, mais comumente MSH2, MLH1 e MSH6. No entanto, critérios já bem definidos, como os de Amsterdã ou de Bethesda, preconizam a aplicação de testes de triagem mais simples, como a pesquisa de instabilidade de microssatélites e a avaliação de proteínas codificadas pelos genes envolvidos no sistema de manutenção da integridade do DNA, antes da análise de mutações.

Assessoria Médica
Dr. Cassandra Maria Corvello: [email protected]