Biópsias e punções pulmonares: o caminho inicial em busca da natureza da lesão | Revista Médica Ed. 8 - 2011

Os procedimentos têm indicações específicas, mas todos podem ser feitos ambulatorialmente, com sedação ou anestesia.

Os procedimentos têm indicações específicas, mas todos podem ser feitos ambulatorialmente, com sedação ou anestesia.

Com a evolução dos métodos de imagem e o aumento do acesso a esses exames pela população, cada vez mais frequentemente são diagnosticadas lesões pulmonares, muitas delas de pequenas dimensões. Nessas situações, o médico sempre deve fazer uma correlação do achado atual com os dados clínicos, epidemiológicos e radiológicos pregressos do paciente, na tentativa de estabelecer um diagnóstico de maneira não invasiva. Quando isso não é possível, passa a ser considerada a realização de uma biópsia pulmonar, a exemplo das que se seguem.

Biópsias transbrônquicas – Indicadas para pacientes com nódulos ou infiltrados pulmonares visíveis à radiografia e/ou tomografia de tórax. Podem ser realizadas com ou sem a ajuda de métodos de imagem como a fluoroscopia, que inclui uma broncoscopia convencional sob visão direta da radiografia de tórax.


Massa pulmonar com ampla base pleural detectada em TC (A). Neste caso, a biópsia foi guiada por ultrassonografi a (B)

Punções aspirativas – Feitas às cegas ou ecoguiadas, permitem também o diagnóstico diferencial com lesões mediastinais por diferentes causas. Convém lembrar que essas punções são pouco invasivas e realizadas sob sedação ou anestesia geral.

Biópsias percutâneas ou transparietais – Quando é possível visualizar todo o trajeto da agulha, desde a pele até o local da biópsia, pela ultrassonografia, esse método pode guiar o procedimento, com as vantagens de proporcionar rapidez e análise em tempo real da progressão da agulha, assim como de não utilizar radiação ionizante.

Contudo, tanto as estruturas ósseas do arcabouço torácico quanto o ar presente no pulmão costumam dificultar a visualização do trajeto ou da lesão pelo ultrassom. Assim, na maioria dos casos, essas biópsias são guiadas pela tomografia computadorizada (TC), que não apresenta tal limitação.

Atualmente, inclusive, é possível acompanhar o trajeto da agulha em tempo real nos aparelhos mais modernos, que dispõem de fluoro-TC. Feitas sob anestesia local, sedação ou anestesia geral, dependendo do estado clínico do paciente e da dificuldade do procedimento, as biópsias percutâneas são úteis em várias situações clínicas.  


Biópsia de massa pulmonar (seta) no LSE guiada por TC (A). Observe
diferença entre a agulha de anestesia (B) e a agulha de biópsia (C).


Assessoria Médica
Dra. Márcia Jacomelli: [email protected]
Dr. Flávio Ferrarini de Oliveira Pimentel: [email protected]