Caindo na real: trauma relacionado ao esporte e à dança na adolescência | Revista Médica Ed. 6 - 2008

A estrutura óssea incompleta e a inadequação do treinamento respondem pela maior parte dos traumatismos nessa população.

A estrutura óssea incompleta e a inadequação do treinamento respondem pela maior parte dos traumatismos nessa população.

Em ano de Olimpíadas, nada mais oportuno do que ressaltar a importância do esporte para o pleno desenvolvimento físico e social das crianças e adolescentes. Quando incorporada nessa fase, a prática regular de atividade física se perpetua com mais facilidade na vida adulta e na maturidade. Essa demanda, no entanto, não justifica nenhum exagero no planejamento de exercícios, sobretudo por parte dos treinadores.

Ressonância magnética mostra, em jovem praticante de balé, edema e alterações inflamatórias ao redor dos ligamentos posteriores intermaleolar e fibulotalar, no nível do recesso posterior, configurando impacto posterior no tornozelo.

O primeiro motivo é estrutural. O adolescente não deve ser visto como um pequeno adulto porque, antes da puberdade, suas placas epifisárias, responsáveis pelo crescimento longitudinal dos ossos, ainda não se fecharam. Assim sendo, qualquer lesão ou fratura nessa estrutura pode repercutir no crescimento. Ao mesmo tempo, a população juvenil apresenta uma elasticidade ligamentar maior, razão pela qual é mais vulnerável a avulsões ósseas, enquanto os adultos são mais suscetíveis a problemas isolados nos ligamentos.

O segundo aspecto envolve a modalidade escolhida e o grau de competitividade, que acaba determinando o rigor do treino. A prática competitiva eleva o número de traumas na adolescência principalmente devido ao aumento mal planejado da intensidade do treinamento, sem respeito aos limites do corpo juvenil e ao tempo de repouso entre as atividades, e à falta de condicionamento adequado para suportar o ritmo puxado dos exercícios.

Tipos de lesão e métodos mais indicados para o diagnóstico

O diagnóstico das lesões esportivas no adolescente depende inicialmente do levantamento de uma boa história clínica e de um exame físico minucioso, associado a avaliações complementares de imagem, algumas mais indicadas que outras, dependendo do esporte e do tipo de ocorrência.

Convém lembrar que, em tais casos, a antecipação precoce do retorno à prática esportiva pode ocasionar seqüelas duradouras, levando a alterações recorrentes ou mesmo a limitações funcionais.

Assessoria Médica
Dr. Flávio Albertotti: [email protected]