Cardiologia: novo painel estuda 74 genes em busca de respostas para casos suspeitos de cardiomiopatia hereditária | Revista Médica Ed. 3 - 2017

Médicos e pesquisadores renomados no Brasil e no mundo, em parceria com o Fleury, desenvolveram um portfólio molecular inovador para diversas condições cardíacas hereditárias.

Médicos e pesquisadores renomados no Brasil e no mundo, em parceria com o Fleury, desenvolveram um portfólio molecular inovador para diversas condições cardíacas hereditárias. Dentro desse leque está o painel genético para cardiomiopatias hereditárias, que analisa todas as regiões codificantes e flanqueadoras adjacentes aos éxons de 74 genes relacionados com esse grupo de doenças e determina o padrão de herança de determinada condição, ajudando a esclarecer sobreposições que possam existir entre entidades como as cardiomiopatias hipertrófica, dilatada, restritiva, não compactada e arritmogênica do ventrículo direito.


Nas cardiomiopatias hipertróficas, a mutação de um dos genes que codificam um componente do sarcômero é encontrada em 50% a 60% dos probandos (adultos e crianças) com histórico familiar dessas entidades e em 20% a 30% dos probandos sem história familiar (Gersh et al, 2011). Além disso, 6% dos indivíduos afetados têm variantes em mais do que um dos genes do sarcômero – ou seja, em variantes bialélicas em um gene ou em heterozigose em mais de um gene.

Na cardiomiopatia dilatada idiopática, variantes patogênicas em mais de 30 genes respondem por 30-40% dos casos com histórico de cardiomiopatia dilatada familiar (CDF), mas casos isolados também as apresentam (Hershberger, Siegfried 2011; Hershberger et al, 2013). Em torno de 10% a 20% dos indivíduos com CDF guardam relação com variantes patogênicas no gene que codifica a titina (TTN), que, entretanto, também estão presentes em 3% das populações utilizadas como referência (Herman et al, 2012). Outros genes envolvidos com CDF incluem LMNA, EYA4 e BAG3, algumas vezes com número de cópias variável.

Destaca-se que o painel desenvolvido pelo Fleury ainda abrange outros diagnósticos diferenciais. É o caso dos erros inatos do metabolismo que cursam com cardiomiopatia hipertrófica, a exemplo das doenças de Fabry (GLA), de Pompe (GAA) e de Danon (LAMP2) e de cardiomiopatias sindrômicas associadas a outras malformações, como o espectro da síndrome de Noonan e outras rasopatias (PTPN11, BRAF, NRAS, KRAS, HRAS, CBL, RAF1, MAP2K1, MAP2K2).

  

Quando usar o teste genético
  • • Confirmação diagnóstica em indivíduos sintomáticos que apresentam quadro clínico compatível com cardiomiopatia
  • • Achado acidental anormal, sugestivo de cardiomiopatia, em exames complementares como eletrocardiograma ou ecocardiograma
  • • História familiar de cardiomiopatia
Ficha técnica
Painel genético para cardiomiopatias hereditárias

Método: Sequenciamento de nova geração
Amostra: sangue
Genes pesquisados: ABCC9, ACTC1, ACTN2, ANK2, BAG3, BRAF, CALR3, CAV3, CBL, CRYAB, CSRP3, DES, DSC2, DSG2, DSP, DTNA, EMD, EYA4, FHL1, FKTN, FLNC, GAA, GLA, HRAS, JPH2, JUP, KRAS, LAMP2, LDB3, LMNA, MAP2K1, MAP2K2, MYBPC3, MYH6, MYH7, MYL2, MYL3, MYLK2, MYOT, MYOZ2, NEBL, NEXN, NRAS, PKP2, PLN, PRKAG2, PSEN1, PSEN2, PTPN11, RAF1, RBM20, RPSA, RYR2, SCN5A, SGCD, SHOC2, SLC25A4, SOS1, SPRED1, SYNE1, SYNE2, TAZ, TCAP, TGFB3, TMEM43, TMPO, TNNC1, TNNI3, TNNT2, TPM1, TRIM63, TTN, TTR e VCL
Prazo: em até 45 dias corridos


Assessoria Médica
Cardiologia
Dra. Viviane Zorzanelli Rocha Giraldez
[email protected]
Genética
Dr. Wagner Antonio da Rosa Baratela
[email protected]