Caxumba: reforço da vacina pode ajudar a prevenir surtos, sugere CDC | Revista Médica Ed. 1 - 2018

Imunização pela tríplice viral e pela tetraviral em três doses diminui a taxa de infecção, conforme comprovou estudo publicado no New England Jornal of Medicine.


Em outubro de 2017, o Comitê de Práticas em Imunização do CDC recomendou, diante dos surtos de caxumba ocorridos no ano passado, que os indivíduos previamente imunizados com até duas doses de qualquer vacina contendo o agente e identificados como vulneráveis para a doença, devido ao contexto epidemiológico, devem receber uma terceira dose do imunizante, otimizando, assim, a proteção contra essa infecção e suas complicações.


Isso porque, apesar de a vacinação em duas doses ser altamente eficiente na prevenção do quadro, tal eficácia diminui ao longo do tempo e, dessa forma, pessoas em contato próximo com pacientes infectados podem ficar especialmente propensas a contrair a doença.


A recomendação encontra ainda respaldo em um estudo publicado um mês antes no New England Journal of Medicine, que avaliou 20.496 estudantes universitários em Iowa (EUA), entre 2015 e 2016, época em que houve surtos de caxumba que acometeram 259 alunos.


O estudo observou que, antes da epidemia, 98,1% dos universitários haviam recebido pelo menos duas doses da vacina tríplice viral e, durante o surto, 4.783 foram imunizados com uma terceira dose. Nesse cenário, a taxa de infecção foi significativamente menor nos estudantes vacinados com três doses (6,7 casos versus 14,5 casos por 1.000 indivíduos, P<0,001). 


Ademais, a pesquisa mostrou que os alunos que tinham sido vacinados havia 13 anos ou mais apresentavam um risco mais de nove vezes maior de adquirir a infecção durante o surto.


Assim, os autores concluíram que a administração de uma terceira dose do imunizante durante surtos de caxumba promove um melhor controle da epidemia e que o declínio da imunidade especifica individual ao longo do tempo favorece a disseminação da doença.


A vacina contra caxumba pode ser realizada pela tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) ou, para crianças com menos 12 anos, pela tetra viral (sarampo, caxumba, rubéola e varicela).


Referência: N Engl J Med. 2017 Set 7; 377 (10): 947-956.