Como a ressonância magnética contribui na abordagem prognostica de isquemia miocárdica | Revista Médica Ed. 2 - 2011

Especialmente na fase tardia de eventos isquêmicos, o método fornece importantes informações evolutivas.

Especialmente na fase tardia de eventos isquêmicos, o método fornece importantes informações evolutivas.

Diferentemente da tomografia de coração, que tem como ponto alto a visualização das artérias coronárias, a ressonância magnética (RM) vem sendo usada sobretudo no estudo de outras cardiopatias, como as anomalias cardíacas congênitas, as doenças do pericárdio e do miocárdio, as arritmias e as miocardites. Entretanto, a propriedade de revelar a presença de cicatriz no tecido cardíaco faz com que o exame seja também muito empregado para a abordagem de indivíduos que sofreram infarto do miocárdio. A possibilidade de realizar a ressonância na vigência de estresse farmacológico revela resultados muito satisfatórios na pesquisa de isquemia miocárdica. Dessa forma, o método tem sido considerado extremamente útil, tanto para avaliar pacientes na fase subaguda de episódios isquêmicos quanto na fase tardia, após a ocorrência do evento, uma vez que pode identificar e quantificar elementos fundamentais para a avaliação prognóstica, como a extensão da área de necrose/fibrose, a presença e a quantidade de músculo isquêmico viável, que justifiquem procedimentos de revascularização, e a existência ou não de isquemia miocárdica induzível associada.

RM compara caso sem necrose, imagem tardia após infarto de parede inferior e presença de necrose interessando ao septo interventricular depois de oclusão da artéria descendente anterior no segmento inicial.

Saiba mais sobre a aplicação da RM em outras cardiopatias.

Para detectar, acompanhar e prognosticar as miocardites
Entre as suas muitas utilidades no âmbito da Cardiologia, a RM pode ajudar a confirmar o diagnóstico de miocardite, uma inflamação do músculo cardíaco que constitui uma causa frequente – e subdiagnosticada – de cardiomiopatia dilatada. Devido à sua capacidade de detectar a inflamação global ou focal no miocárdio, o exame avalia o impacto do tratamento e estabelece o prognóstico imediato e tardio. Com o advento das técnicas de Biologia Molecular, a literatura tem associado a cardiomiopatia dilatada a cerca de 20 vírus, entre os quais os enterovírus, como coxsackie A e B, o adenovírus, o parvovírus (eritrovírus) B19 e o herpes-vírus tipo 6. De modo mais raro, são ainda citados o vírus da hepatite C, o influenza, o citomegalovírus e o Epstein-Barr, estando os dois últimos relacionados a casos de miocardite crônica em transplantados cardíacos. Para a pesquisa do vírus e a determinação de sua atividade, utilizam-se as técnicas de PCR em tempo real e a imuno-histoquímica em material de biópsia endomiocárdica. A identificação dos agentes etiológicos e de sua relação com a progressão do quadro para cardiomiopatia dilatada é essencial para o estudo do impacto dos tratamentos antivirais específicos no prognóstico desses pacientes.


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