Como avaliar a capacidade auditiva no idoso? | Revista Médica Ed. 8 - 2008

Além das condições clínicas propícias e do próprio processo de envelhecimento, existe predisposição genética para a presbiacusia.

Além das condições clínicas propícias e do próprio processo de envelhecimento, existe predisposição genética para a presbiacusia.

Na maturidade, é natural que haja mais queixas relacionadas a problemas auditivos, tais como perda de audição, zumbido, dificuldade de compreensão e de atenção, hipersensibilidade a sons e distorção das sensações sonoras, uma vez que o processo de envelhecimento traz consigo uma diminuição no número e/ou no tamanho de células especializadas, assim como alterações importantes da bioquímica celular.

Contudo, esses distúrbios também resultam da exposição a ruídos intensos ao longo da vida, de medicamentos usualmente empregados nessa faixa etária, a exemplo de salicilatos, antidepressivos tricíclicos, aminoglicosídeos e diuréticos de alça, e da presença de condições como hipertensão arterial, diabetes, doenças da tiróide, doenças vasculares e hipercolesterolemia.

Além disso, diversas pesquisas demonstram que existe predisposição genética para a perda de audição relacionada à idade, ou presbiacusia, que se caracteriza por redução da audição de início gradual, geralmente bilateral, envolvendo a princípio sons agudos, dificuldade de compreensão da fala, evolução variável e zumbido associado. Qualquer que seja a causa, porém, a propedêutica diagnóstica deve se basear na avaliação do otorrinolaringologista e na execução de testes laboratoriais e de imagem, bem como de exames específicos do sistema auditivo.

Para a triagem, são fundamentais a audiometria e a impedanciometria. Uma vez confirmada a perda de audição, a etiologia precisa ser pesquisada de acordo com a apresentação dos sintomas. Por exemplo, numa situação de baixa acuidade auditiva associada a zumbido, sensação de ouvidos tampados e tontura, há indicação de eletrococleografia transtimpânica para confirmar a suspeita de hidropisia endolinfática.

Com o diagnóstico fechado, é fundamental o acompanhamento da evolução do quadro para definir ou redefinir o tratamento adequado. Não custa lembrar que a diminuição da audição e o zumbido podem prejudicar a qualidade de vida do idoso, repercutindo em seu bem-estar social, funcional e psicológico.

Assessoria Médica
Dra. Adriana Gonzaga Chaves: [email protected]


Saiba aqui os exames indicados para a identificação da origem da perda auditiva conforme cada quadro clínico.