Cultura de linfócitos por citometria de fluxo avalia com elevada sensibilidade a resposta proliferativa das células T | Revista Médica Ed. 1 - 2013

Para compensar possíveis variáveis metodológicas, cada análise é feita em paralelo à de uma amostra controle, proveniente de um indivíduo saudável.

Para compensar possíveis variáveis metodológicas, cada análise é feita em paralelo à de uma amostra controle, proveniente de um indivíduo saudável.

A investigação e o seguimento das imunodeficiências celulares, congênitas ou adquiridas, compreendem, entre outros estudos, a determinação do número de linfócitos totais e suas subpopulações, os testes intradérmicos in vivo de hipersensibilidade tardia e a análise funcional in vitro dos linfócitos.

Dentro desta, a cultura de linfócitos representa um dos melhores métodos disponíveis, uma vez que avalia a resposta proliferativa das células T após estímulo com ativadores policlonais (mitógenos), como a fito-hemaglutinina (PHA), voltada principalmente aos linfócitos T, e o pokeweed, direcionado tanto às células T quanto às B. Recentemente, o Fleury implantou uma nova e moderna metodologia para a realização desse exame, baseada na redução da fluorescência emitida pelo composto CFSE pelos linfócitos que sofrem proliferação.

O ensaio emprega a citometria de fluxo, tem alta sensibilidade e permite determinar o número de células respondedoras dentre a população originalmente exposta aos mitógenos. Por se tratar de uma reação que envolve o cultivo dos linfócitos extraídos do sangue e, portanto, sujeita a fatores extrínsecos que interferem na viabilidade e na função dessas células, cada exame é feito paralelamente a uma amostra controle, coletada de um indivíduo saudável.

Uma resposta proliferativa igual ou superior a 50% da obtida com o controle indica resultado normal. Em geral, os pacientes com defeitos na imunidade celular apresentam resposta proliferativa diminuída aos estímulos utilizados. Contudo, o resultado de uma determinação isolada, sem quadro clínico compatível, deve ser confirmado em uma segunda amostra.

Por que investigar os linfócitos na suspeita de defeito na imunidade celular?

A principal característica dos pacientes com defeitos na imunidade celular é sua maior suscetibilidade a infecções graves, ocasionadas por vários agentes, como vírus, fungos e bactérias intracelulares. Não poderia ser diferente, pois os linfócitos T desempenham papel essencial no sistema imunológico. As células T CD4+ constituem uma população heterogênea, com distintas funções, tais como auxílio para produção de imunoglobulinas e troca de classe das imunoglobulinas pelos linfócitos B (Th1 e Th2), bem como supressão de linfócitos efetores (Treg) e atividade efetora direta (Th17). Já as células T CD8+ são predominantemente efetoras, desempenhando papel-chave na erradicação de microrganismos intracelulares.

 

 

Histograma evidencia sucessivas gerações de células mononucleares do
sangue periférico, estimuladas com fito-hemaglutinina. A quantidade do substrato
fluorescente (CFSE) intracelular decai progressivamente a cada divisão celular,
permitindo avaliar o número dessas divisões e a fração de
células respondedoras ao longo dos dias.

 

Assessoria Médica 
Dr. Luis Eduardo Coelho Andrade:
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