Diagnóstico precoce da dengue permite monitorar a evolução para as formas mais graves da doença | Revista Médica Ed. 1 - 2010

Depois de ter passado um inverno marcado pelo receio do H1N1, o Brasil entrou no verão com outro temor já conhecido – a dengue. Apenas o Estado de São Paulo contabilizou 1.383 casos da doença em janeiro, segundo o Centro de Vigilância Epidemio...

Esclarecimento importante
Informamos que, devido a uma indisponibilidade técnica momentânea, a realização do exame PCR-Multiplex está temporariamente suspensa.

Técnica molecular pode detectar os quatro sorotipos do vírus no período sintomático da infecção

Depois de ter passado um inverno marcado pelo receio do H1N1, o Brasil entrou no verão com outro temor já conhecido – a dengue. Apenas o Estado de São Paulo contabilizou 1.383 casos da doença em janeiro, segundo o Centro de Vigilância Epidemiológica, a maior parte ocorrida em São José do Rio Preto (502), seguida de Araçatuba (267) e Ribeirão Preto (246). Esse número supera em quatro vezes o do ano passado, quando foram registrados 323 casos no mesmo mês, e, diante das chuvas que ainda virão, traça a possibilidade de um novo surto em São Paulo e em outros Estados, principalmente do Sudeste e do Nordeste. Enquanto as autoridades de saúde tentam fazer sua parte na educação da população, a iniciativa privada trabalha em outras frentes. Para contribuir com o diagnóstico precoce da doença, o Fleury desenvolveu um teste molecular capaz de detectar os quatro sorotipos do vírus da dengue – até mesmo o DEN-4, que não circula no País – ainda no período sintomático da infecção, uma vez que a identificação do RNA viral precede a produção de anticorpos. O exame utiliza a técnica de PCR-Multiplex em tempo real para a detecção qualitativa do RNA do vírus, tendo seu resultado liberado em até dois dias úteis. Dessa maneira, é possível monitorar os pacientes diagnosticados e flagrar precocemente os sinais de evolução para a dengue hemorrágica e para a síndrome do choque de dengue, o que pode ocorrer quando o indivíduo é infectado por um sorotipo de vírus diferente do da primeira infecção. Não custa lembrar que a sorologia só aponta a presença de anticorpos da classe IgM depois de seis a sete dias do início dos sintomas, quando as manifestações de maior gravidade em geral já se encontram instaladas e em franco curso.

As várias faces da dengue
Em tempos de tantas viroses, nunca é demais lembrar as formas de apresentação da doença:

Clássica
• Febre
• Cefaleia  
• Mialgia
• Prostração
• Artralgia
• Anorexia
• Astenia
• Dor retro-orbitária
• Náuseas
• Vômitos
• Exantema
• Dor abdominal

Hemorrágica
• Sintomas da dengue clássica
• Piora por volta do terceiro ou quarto dia de infecção
• Dor abdominal intensa
• Hepatomegalia dolorosa
• Hemorragias
• Redução da pressão diferencial e/ou hipotensão
• Agitação ou letargia
• Extremidades frias
• Diminuição brusca da temperatura corporal associada a sudorese
• Taquicardia
• Lipotimia
• Vômitos persistentes
• Derrames cavitários
• Hipotensão postural
• Pulso rápido e fraco
• Cianose

Síndrome do choque de dengue
• Sintomas da dengue hemorrágica
• Ausência de pressão arterial
• Pulso imperceptível

Pesquisa qualitativa do RNA do vírus da
dengue por PCR-Multiplex em tempo real

Neste caso, a detecção da amplificação do RNA viral do paciente ocorreu antes que a do controle positivo, sinalizando carga viral maior que a deste