Enterografia por ressonância magnética contribui para avaliar a doença de Crohn | Revista Médica Ed. 2 - 2013

Na última década, avanços técnicos na tomografia computadorizada (TC) e na ressonância magnética (RM) determinaram um aumento substancial na utilização desses métodos para a avaliação do intestino delgado.

Na última década, avanços técnicos na tomografia computadorizada (TC) e na ressonância magnética (RM) determinaram um aumento substancial na utilização desses métodos para a avaliação do intestino delgado. Utilizados em conjunto com o protocolo de enterografia, que consiste na distensão das alças mediante a ingestão oral de meios de contraste entéricos, esses métodos tornaram-se a primeira escolha entre os exames de imagem para a abordagem dos pacientes com afecções inflamatórias intestinais, especialmente a doença de Crohn.

Com acurácia semelhante à da enterografia por TC, a enterografia por RM apresenta uma sensibilidade de cerca de 90% para a detecção de alterações relacionadas à doença de Crohn. Embora seja mais caro e demorado, além de estar mais sujeito às condições clínicas e à cooperação do paciente, o exame feito por RM tem, como principal vantagem, o fato de não utilizar radiação ionizante. Isso possibilita realizar múltiplas sequências e obter imagens em diferentes momentos da avaliação, ajudando a caracterizar melhor, ou mesmo a excluir, alterações inflamatórias em segmentos intestinais pouco distendidos. As imagens ponderadas em T2, em particular, são ainda úteis na diferenciação entre inflamação ativa e doença fibroestenosante crônica.

Na prática, o uso da enterografia por RM torna-se mais atrativo em pacientes jovens com doença inflamatória intestinal, visto que o caráter crônico e recidivante da afecção frequentemente determina a necessidade de realizar vários exames ao longo do tempo. Uma estratégia interessante é a de iniciar a pesquisa por imagem, nesse grupo de pacientes, pela enterografia por TC e fazer os controles necessários pela enterografia por RM. Convém adicionar que a escolha entre os dois métodos também depende, além da disponibilidade local, da experiência do radiologista em cada técnica.

Enterografia por RM aponta doença de Crohn com comprometimento de alças ileais (setas vermelhas), que apresentam sinais inflamatórios caracterizados por espessamento parietal e aumento do realce da mucosa, associado a aderências e estenoses.


Assessoria Médica
Dr. Dario Ariel Tiferes
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