Estudo analisa a saúde global durante 23 anos | Revista Médica Ed. 4 - 2015

Na última semana de agosto, a revista Lancet publicou o Global Burden of Disease Study 2013, que reuniu dados epidemiológicos e avaliou o impacto de 306 doenças e condições em 188 países, de 1990 a 2013.

MOPIC/ALAMY/LATINSTOCK

Na última semana de agosto, a revista Lancet publicou o Global Burden of Disease Study 2013, que reuniu dados epidemiológicos e avaliou o impacto de 306 doenças e condições em 188 países, de 1990 a 2013.

No período avaliado, a expectativa de vida ao nascimento aumentou em 6,2 anos globalmente, tendo passado de 65,3 anos, em 1990, para 71,5 anos, em 2013. Da mesma forma, a expectativa de vida saudável ao nascimento ganhou 5,4 anos (de 56,9 para 62,3 anos), enquanto os anos de vida perdidos, ajustados por incapacidade (Dalys, na sigla em inglês, que leva em conta tanto a morbidade quanto a mortalidade), caíram 3,6%.

Para as doenças infecciosas e parasitárias, condições maternas e perinatais e deficiências nutricionais, o Dalys declinou no período, ao passo que, para as enfermidades não transmissíveis, como as cardiovasculares e as neoplasias, o índice aumentou de modo global. Em 2013, as cinco causas mais importantes de Dalys incluíram doença cardíaca isquêmica, infecções do trato respiratório inferior, doença cerebrovascular, dor lombar ou cervical e acidentes automobilísticos.

Para os quadros de diarreia, infecção respiratória, doenças maternas e perinatais e comprometimento nutricional, as condições sociodemográficas foram citadas como o fator responsável por mais de 50% das diferenças nos índices avaliados entre os diversos países ao longo do tempo. Contudo, tais aspectos explicaram menos de 10% da variação, entre os países, das taxas de Dalys para doenças cardiovasculares, respiratórias crônicas e endocrinológicas, assim como para cirrose, diabetes e violência, entre outras.

O estudo enfatizou a melhora da saúde global. Segundo o artigo, os progressos no sistema de saúde não implicam menor demanda, já que o crescimento e o envelhecimento da população levam ao aumento do Dalys. A noção de uma transição epidemiológica – na qual condições sociodemográficas melhores geram mudança na epidemiologia das doenças – é útil, mas não suficiente para justificar a enorme variação entre as condições atuais de saúde.

Veja o artigo completo clicando aqui.