Estudo de perfusão cerebral por ressonância | Revista Médica Ed. 3 - 2009

A contribuição do exame vai da redução dos erros de amostragem em biópsias até a avaliação da resposta à quimioterapia.

A contribuição do exame vai da redução dos erros de amostragem em biópsias até a avaliação da resposta à quimioterapia.

O estudo de perfusão cerebral permite a avaliação da microcirculação encefálica por meio da aquisição de imagens muito rápidas de ressonância magnética (RM) durante a injeção intravenosa de contraste paramagnético (gadolínio). A passagem desse agente altera o sinal de RM, que pode ser estimado por meio da análise comparativa com o tecido cerebral normal.

Astrocitoma anaplástico sem realce de gadolínio no T1 da ressonância convencional, porém com extensa hiperperfusão (área vermelha), denotando a neoangiogênese.

A sequência de perfusão obtida por RM tem particular utilidade no diagnóstico dos tumores cerebrais, uma vez que minimiza os erros de amostragem nos procedimentos de biópsia estereotáxica de gliomas, que não apresentam impregnação pelo gadolínio, e serve de parâmetro adicional aos critérios morfológicos para a graduação pré-operatória de lesões gliais. O método também detecta com precisão os tumores mistos, como os oligodendrogliomas, além de possibilitar o acompanhamento terapêutico, particularmente na avaliação da resposta à quimioterapia com drogas antiangiogênicas e à radioterapia.

Astrocitoma de grau II apresentando hipoperfusão (área azul).

É importante salientar que a perfusão por RM se correlaciona com o grau histológico da lesão, o que não ocorre com o realce da RM convencional, visto que existe a possibilidade de os tumores de alto grau não serem realçados, ao passo que os de baixo grau podem apresentar um realce exuberante. Por sua vez, já está demonstrado que a hipoperfusão na RM está associada a uma baixa classificação histológica, configurando assim mais um dado para o acompanhamento de lesões localizadas em áreas eloquentes do cérebro.

Método também ajuda a definir a terapêutica no AVC isquêmico
Na isquemia cerebral, a estimativa correta da extensão da zona de hipoperfusão permite calcular o risco de isquemia do tecido cerebral na zona de penumbra, a área potencialmente reversível de dano, orientando, dessa forma, a terapêutica trombolítica.

Assessoria Médica
Dr. Antonio Rocha: [email protected]