Fleury aprimora a técnica para quantificar subpopulações linfocitárias | Revista Médica Ed. 2 - 2013

​O exame agora depende de um único instrumento, o que torna a contagem mais acurada e menos sujeita a discrepâncias.​

Com a aquisição de novos citômetros de fluxo, equipados com mais de quatro cores, e a adoção de microesferas fluorescentes, o Fleury introduziu a tecnologia de plataforma simples para a quantificação de subpopulações linfocitárias por citometria de fluxo, um exame fundamental para acompanhar as pessoas infectadas com o vírus HIV, bem como para auxiliar o diagnóstico de imunodeficiências primárias e o monitoramento de terapia com anticorpos monoclonais. Até recentemente, o número de linfócitos T era derivado de medidas determinadas por plataforma dupla, ou seja, por um analisador hematológico que contava leucócitos e linfócitos e por um citômetro de fluxo que fornecia o percentual de linfócitos T CD4+. O resultado da quantificação vinha do produto entre essas duas medidas distintas, o que a tornava suscetível a um maior número de resultados imprecisos e a uma maior variação interlaboratorial. A metodologia de plataforma simples, ao contrário, permite a contagem absoluta e percentual de linfócitos T (CD4+ e CD8+), linfócitos B (CD19+) e células NK (CD16+/CD56+) somente com a utilização de medidas derivadas do citômetro de fluxo, sendo baseada na adição de um número conhecido de microesferas a um volume conhecido de amostra (veja figura ). Atualmente recomendado pelos Centros para Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos Estados Unidos, para quantificação de linfócitos T CD4+, o método não apenas apresenta maior acurácia e reprodutibilidade que a plataforma dupla, como também consegue resolver resultados discrepantes e ainda diminuir o número de casos que necessitam de reanálise e nova coleta.


Como a quantificação de células T é usada no contexto de HIV/aids
A obtenção de medidas precisas e consistentes do número de linfócitos T CD4+ é essencial para avaliar o sistema imunológico e realizar o acompanhamento clínico de pacientes com o vírus HIV. A patogênese da aids está altamente relacionada com a diminuição do número de linfócitos T CD4+, razão pela qual a depleção progressiva dessas células associa-se com prognóstico desfavorável e com aumento da probabilidade de infecção grave. Dessa forma, o Ministério da Saúde preconiza a quantificação de tais marcadores com uma periodicidade de 3-6 meses em indivíduos infectados com o HIV. Essa estratégia tem sido utilizada com o propósito de estabelecer pontos de decisão para fazer a profilaxia de infecções oportunistas, como a pneumonia por Pneumocystis jirovecii, e igualmente para iniciar e monitorar a terapia antirretroviral.


Gráficos de citometria de fluxo demonstram a quantificação de subpopulações linfocitárias de linfócitos T por plataforma simples, utilizando anticorpos monoclonais para os antígenos CD3 (FITC), CD8 (PE), CD45 (PerCP) e CD4 (APC), em associação a microesferas fluorescentes. Os linfócitos T caracterizam-se pela forte expressão dos antígenos CD3 e CD45, enquanto seus subtipos são evidenciados pela combinação da expressão dos antígenos CD4 e CD8.

Assessoria Médica 
Dr. Alex Freire Sandes [email protected]

Dr. Edgar Gil Rizzatti [email protected]