Infecção pelo Epstein-Barr vírus tem evolução diferente em imunossuprimidos | Revista Médica Ed. 7 - 2004

À carga viral do EBV favorece a determinação do prognóstico em tais casos.

À carga viral do EBV favorece a determinação do prognóstico em tais casos.

À semelhança dos outros herpes-vírus, o Epstein-Barr infecta seu hospedeiro e estabelece uma infecção latente. Entretanto, em determinadas situações clínicas que levam a estados de imunossupressão, há o risco de reativação do quadro infeccioso, traduzindo uma replicação viral.

Dentre os problemas associados à atividade do EBV, destaca-se a doença linfoproliferativa pós-transplante (DLPT), que acomete até 5% dos receptores de órgãos sólidos e está igualmente relacionada com a mortalidade elevada de tais pacientes e com a perda do enxerto. A correlação entre o risco de DLPT e a carga viral aumentada do EBV também tem sido demonstrada.

Mais recentemente, a replicação desse vírus mostrou-se como um fator prognóstico em câncer de nasofaringe, tendo em vista que indivíduos que sofreram recaída do tumor apresentavam níveis significativamente maiores de carga viral.
Da mesma forma, a sobrevida global e a sobrevida livre de doença foram bem menores no grupo de pacientes com níveis plasmáticos elevados de EBV.

Hoje em dia, com a tecnologia da PCR em tempo real, já oferecida pelo Fleury, a determinação da carga viral desse vírus ganhou em sensibilidade e acurácia, possibilitando um melhor acompanhamento de tais pacientes.

Fonte: Lin, J.C.; Wang, W.Y.; Chen, K.Y.; et al. Quantification of Plasma Epstein-Barr Virus DNA in Patients with Advanced Nasopharyngeal Carcinoma. N. Engl. J. Medicine 350(24):2461-2470, 2004.