Letalidade do câncer de pulmão está associada a diagnósticos tardios | Revista Médica Ed. 8 - 2011

A mudança desse cenário exige ações preventivas, com controle de fatores de risco e investimento em detecção precoce.

A mudança desse cenário exige ações preventivas, com controle de fatores de risco e investimento em detecção precoce.

O câncer de pulmão é uma neoplasia frequente e representa a principal causa de mortalidade por tumores malignos em homens e mulheres, não só no Brasil como no mundo todo. Dados brasileiros do Instituto Nacional do Câncer estimaram incidência da ordem de 18 mil casos em homens e 10 mil em mulheres para o ano de 2010 – constituindo, respectivamente, risco estimado de 18 e 10 casos para cada 100 mil habitantes.

Nos EUA, foram registrados 220 mil casos novos e 160 mil óbitos decorrentes desse diagnóstico no ano passado. Apesar de não se tratar do tipo de câncer mais comum na população, a liderança em mortalidade esboça uma ideia de sua letalidade. O problema tem se agravado ao longo das últimas décadas, com registro de acentuado aumento na incidência da doença, a taxas em torno de 2% ao ano, tornando-se uma preocupação crescente em termos de saúde pública. É bastante conhecido o papel do tabagismo como fator de risco para a neoplasia pulmonar, o que estabelece forte vinculação epidemiológica entre essas duas condições.

Além do hábito de fumar, a exposição a agentes inalatórios, tais como asbesto e outras fibras minerais, hidrocarbonetos aromáticos e alguns metais, também constitui risco para esses cânceres, os quais, em tais casos, são geralmente associados ao ambiente ocupacional. Sabe-se, no entanto, que parcela relevante da letalidade da doença se deve ao diagnóstico em estágios tardios, quando a eficácia das medidas terapêuticas é bastante reduzida. A mudança desse cenário passa, portanto, por ações preventivas, com controle da exposição aos fatores de risco e também por investimento em diagnóstico precoce, quando as opções de tratamento têm mais a oferecer aos pacientes.

Assessoria Médica
Dr. João Marcos Salge: [email protected]