Novo método de dosagem de cromogranina A por proteômica direcionada entra em rotina no Fleury | Revista Médica Ed. 3 - 2018

A dosagem de cromogranina A pode ser utilizada como marcador sérico nos pacientes com diagnóstico de tumores neuroendócrinos, entre eles os diferenciados e os carcinoides.

A dosagem de cromogranina A, uma glicoproteína secretada pelos diversos tecidos neuroendócrinos, pode ser utilizada como marcador sérico nos pacientes com diagnóstico de tumores neuroendócrinos, entre eles os diferenciados e os carcinoides.

Esse marcador se correlaciona com a progressão da doença, com a resposta à terapia e com a recorrência da neoplasia, bem como com o tamanho do tumor – quanto maior a lesão, maior a produção de cromogranina A. Além disso, configura um fator prognóstico independente para tumores neuroendócrinos de intestino médio, pois está associado com a atividade e com a agressividade desses casos.

Em pacientes com feocromocitoma/paraganglioma e clearance de creatinina superior ou igual a 80 mL/min, a cromogranina A se relaciona a aumento de metanefrinas plasmáticas ou catecolaminas urinárias, com especificidade de 98% e valor preditivo positivo de 97%. Em paragangliomas cervicais que cursam, em sua grande maioria, com metanefrinas plasmáticas e urinárias normais, a dosagem do marcador pode ser uma alternativa para o diagnóstico.

O Fleury realiza a dosagem de cromogranina A por proteômica direcionada, um método pioneiro no Brasil, desenvolvido e validado por seu Instituto de Pesquisa & Desenvolvimento. Na prática, a técnica consiste na dosagem de proteínas por espectrometria de massas de altíssima resolução.

Embora a sensibilidade do teste para diagnosticar os tumores neuroendócrinos seja alta, a especificidade é baixa, uma vez que várias condições podem levar a valores “falsamente elevados”, com destaque para as insuficiências renal e hepática, a gastrite atrófica, o uso de inibidores de bomba de prótons e os antagonistas H2.

Cromogranina A: marcador aumenta na presença de carcinoma de intestino, visto aqui por microscopia.

Condições associadas a aumento da cromogranina A

Tumores neuroendócrinos gastroenteropancreáticos

  • Trato gastrointestinal (tumores carcinoides)
  • Tumores neuroendócrinos pancreáticos (tumores de células da ilhota), tais como gastrinomas, VIPomas, somatostatinomas, glucagonomas e tumores neuroendócrinos pancreáticos não funcionantes

Doença endócrina

  • Hiperparatiroidismo
  • Hipertiroidismo
  • Feocromocitoma
  • Tumores de glândula pituitária
  • Carcinoma medular da tiroide

Doenças gastrointestinais

  • Gastrite crônica atrófica
  • Hepatite crônica
  • Câncer de cólon
  • Carcinoma hepatocelular
  • Doença inflamatória intestinal
  • Síndrome do intestino irritável
  • Cirrose hepática
  • Adenocarcinoma pancreático
  • Pancreatite
  • Hipertensão arterial
  • Insuficiência/falência cardíaca
  • Hipertensão essencial
  • Arterite de células gigantes

Drogas

  • Inibidores de bomba de prótons
  • Antagonistas do receptor de histamina H2

Doença inflamatória

  • • Obstrução das vias aéreas dos fumantes
  • • Bronquite crônica
  • • Artrite reumatoide sistêmica
  • • Síndrome da resposta inflamatória sistêmica

Doenças renais

  • Insuficiência/falência renal

Cânceres não gastrointestinais

  • Mama
  • Ovário
  • Próstata (mesmo com PSA normal)
  • Pulmão de células pequenas
  • Neuroblastoma

Modificado de: Modlin IM et al. Ann Surg Oncol 2010, 17: 2427.