O que esperar das vacinas contra o HPV? | Revista Médica Ed. 1 - 2013

Especialista fala, em evento virtual, da segurança dos imunizantes e da proteção duradoura que eles proporcionam contra as doenças causadas pelo vírus.

Especialista fala, em evento virtual, da segurança dos imunizantes e da proteção duradoura que eles proporcionam contra as doenças causadas pelo vírus

Dentro de seu programa de webmeetings para médicos, o Fleury promoveu uma aula interativa sobre as vacinas contra a infecção pelo papilomavírus humano, o HPV, uma das doenças sexualmente transmissíveis mais diagnosticadas nos Estados Unidos. A iniciativa teve, como palestrante, a pesquisadora Luisa Lina Villa, do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia das Doenças do Papilomavírus Humano, e, como moderador, o assessor médico do Fleury na área de Infectologia, Celso Granato. Confira, a seguir, os principais highlights desse encontro virtual e não deixe de assistir à aula completa em www.aulasfleury.webmeeting.com.br.

SCIENCE PHOTO LIBRARY

Microscopia eletrônica de transmissão evidencia um grupo de HPV com sua forma icosaédrica.

 

Segurança

A vacina não é feita com vírus vivo nem atenuado e não contém o DNA viral, mas, sim, partículas recombinantes, semelhantes ao HPV, o que lhe confere substancial segurança, já que as pessoas não recebem nenhum fragmento de um agente potencialmente oncogênico. Existem, por enquanto, duas versões do produto, uma bivalente, contra os tipos 16 e 18 do HPV, de alto risco para câncer, e outra quadrivalente, que inclui também os tipos 6 e 11, relacionados com verrugas genitais.

Imunogenicidade

O esquema vacinal exige a aplicação de três doses via intramuscular, após o qual são gerados, nos pacientes, elevados níveis de anticorpos capazes de neutralizar partículas virais antes que atinjam as camadas basais da mucosa e infectem esses tecidos.

A proteção oferecida tanto pelo produto bivalente quanto pelo quadrivalente é mantida por, pelo menos, nove anos, período em que o imunizante reduz em 70% o risco de infecções e doenças causadas pelo HPV em mulheres e homens.

Indicações consensuais

Dezenas de países já adotaram a vacinação em seus planos nacionais de imunização, embora as recomendações de implementação dessa estratégia preventiva possam variar em diferentes locais do mundo. De qualquer modo, há consenso de que é necessário vacinar meninas e adolescentes de 9 a 14 anos antes do início da atividade sexual. Já está demonstrado, da mesma forma, que existe benefício em imunizar mulheres de 26 a 45 anos, bem como homens de 9 a 26 anos. Por último, estudos igualmente provaram a segurança e a efetividade de prevenir novas infecções com o imunizante em pacientes com exposição prévia ao HPV e mesmo na vigência de anormalidades citológicas.

Perspectivas

As vacinas contra o HPV são exclusivamente profiláticas, razão pela qual não se esperam, de tais produtos, benefícios terapêuticos. As pesquisas seguem, portanto, a linha de prevenção. Tanto é assim que atualmente se encontra em desenvolvimento um imunizante nonavalente, que oferecerá cobertura contra sete tipos de HPV de alto risco oncogênico, além dos dois de baixo risco já presentes na quadrivalente. Estima-se que esse produto poderá prevenir cerca de 90% dos cânceres de colo do útero.

Infectologia
Vacinas
ASSESSORIA MÉDICA
Dr. Jessé Reis Alves: [email protected]
Dr. Celso Granato: [email protected]