Pacientes de risco devem ser rastreados para tumores hepáticos | Revista Médica Ed. 1 - 2012

Para facilitar a diferenciação entre adenocarcinoma e pancreatite crônica, convém optar pela obtenção de fragmentos de tecido pancreático.

A importância do carcinoma hepatocelular (CHC) tem crescido na prática clínica pelo aumento de sua incidência na maioria dos países, razão pela qual implica vigilância rotineira naqueles grupos de maior risco. Para ter uma ideia, o CHC é uma das neoplasias mais comuns na atualidade, a ponto de representar o quinto câncer mais frequente em homens e o oitavo em mulheres, além de causar cerca de 500.000 mortes por ano em todo o mundo.

Dessa forma, preconiza-se nos pacientes de risco o rastreamento com ultrassonografia (US) a cada seis meses, dada a sua efetividade em relação ao custo, com sensibilidade em torno de 80% e ausência de complicações. Segundo o algoritmo da American Association for Study of Liver Diseases (AASLD), a detecção de nódulos <1 cm deve suscitar a repetição da US em três meses para avaliar o crescimento e/ou a mudança de suas características. Lesões >1 cm precisam ser estudadas com tomografia computadorizada (TC) em três ou quatro fases ou ressonância magnética (RM) com contraste dinâmico.

Se, pelo menos, um de dois estudos com contraste demonstrarem propriedades típicas de CHC – intenso realce na fase arterial, podendo tornar-se isoatenuante ao fígado normal na fase portal e hipoatenuante (washout) na de equilíbrio –, o diagnóstico está confirmado. Se tais sinais não estiverem presentes em dois exames sequenciais, recomenda-se a biópsia.

A punção de nódulos hepáticos pode ser guiada por US, quando o método consegue visualizar a lesão e o trajeto da agulha, ou por TC, nas demais situações, mas especialmente em fígados cirróticos, cuja textura é heterogênea e dificulta a localização do nódulo pelo ultrassom. Além disso, algumas lesões hepáticas só ficam visíveis após a administração do contraste intravenoso, sendo o uso de TC, portanto, indispensável.  

Clique aqui para acessar mais informações sobre a biópsia hepática.

Indicações do rastreamento de CHC
• Pacientes cirróticos de qualquer etiologia, com destaque para hepatites virais, cirrose biliar primária em estágio 4, hemocromatose genética e deficiência de alfa-1-antitripsina

• Asiáticos com hepatite B não cirróticos acima de 40 anos, para o sexo masculino, e acima de 50 anos, para o sexo feminino

• Africanos e afro-americanos portadores de hepatite B em qualquer idade

• Portadores de hepatite B com história familiar de CHC em qualquer idade

• Portadores de hepatite B com menos de 40 (homens) ou 50 (mulheres) anos, portadores de hepatite C com fibrose em estágio 3 e pacientes com esteato-hepatite não alcoólica sem cirrose podem ser elegíveis a rastreamento, porém o benefício dessa estratégia ainda não está bem estabelecido

Clique aqui para ver o algoritmo para investigação de nódulo hepático detectado por rastreamento em pacientes de risco para CHC. 

Veja aqui a utilidade dos métodos de imagem no diagnóstico de hepatocarcinomas.

Assessoria Médica em Gastroenterologia
Dr. Ulysses Ribeiro Jr.: [email protected]


Assessoria Médica em Radiologia Intervencionista
Dr. Flávio Ferrarini de Oliveira Pimentel: [email protected]