PCR em tempo real auxilia o diagnóstico das meningoencefalites herpéticas | Revista Médica Ed. 8 - 2005

O uso da técnica define a participação dos vírus herpes simpex 1 e 2 em casos de encefalite

O uso da técnica define a participação dos vírus herpes simpex 1 e 2 em casos de encefalite

O Fleury desenvolveu, de forma inédita, um teste capaz de detectar simultaneamente os vírus Herpes simplex 1 e 2 (HSV1 e HSV2) em amostras biológicas, como liquor, na fase aguda da infecção. A metodologia, de domínio do grupo há vários anos, é baseada na técnica de PCR em tempo real e tem sensibilidade para detectar até dez cópias virais por tubo de reação, além de apresentar especificidade incomparável em relação aos outros métodos disponíveis. Por conta dessas características, o teste consegue diagnosticar precocemente o agente causador da doença, numa fase em que os recursos mais tradicionais, como o eletrencefalograma e os exames de neuroimagem, podem ser inespecíficos. Em casos críticos, o resultado fica pronto em 24 a 48 horas. De modo geral, o HSV 1 é a causa mais comum das encefalites infecciosas esporádicas, enquanto o HSV 2 responde por um quadro encefalítico muitas vezes devastador no recém-nascido e por meningites de repetição no adulto, a exemplo da síndrome de Mollaret. A detecção precoce da doença permite a introdução de terapêutica adequada em suas fases iniciais e, assim, contribui para diminuir as altas taxas de morbidade e mortalidade associadas às encefalites herpéticas. Os dados clínicos podem sugerir o diagnóstico de infecção viral no sistema nervoso, mas não a definição do agente causal, o que se mostra particularmente importante na condução dos casos com apresentação atípica ou incompleta.