PCR quantitativa para Pneumocystis jirovecii – uma técnica mais sensível e específica | Revista Médica Ed. 1 - 2016

Parte do arsenal de exames moleculares da área de Infectologia do Fleury, a detecção do fungo Pneumocystis jirovecii por PCR quantitativa traz a vantagem de ser mais sensível, específica e objetiva

  Microscopia óptica mostra trofozoítos e esporozoítos intracísticos de Pneumocystis jirovecii em tecido pulmonar.

MICHAEL ABBEY/PHOTORESEARCHERS/LATINSTOCK


Parte do arsenal de exames moleculares da área de Infectologia do Fleury, a detecção do fungo Pneumocystis jirovecii por PCR quantitativa traz a vantagem de ser mais sensível, específica e objetiva que os exames anteriormente disponíveis para o diagnóstico desse agente.


A pneumonia por Pneumocystis jirovecii ou pneumocistose, constitui, ainda atualmente, uma importante causa de morbidade e mortalidade em indivíduos imunossuprimidos, não somente naqueles infectados pelo HIV, mas também nos receptores de transplante de órgão sólido ou de células tronco-hematopoéticas, entre outras causas de disfunção imunológica.


Diante do impacto da sua introdução precoce no prognóstico, o tratamento da pneumocistose, em geral, é prescrito empiricamente, com base na hipótese diagnóstica, feita pelo achados clínicos e radiológicos. Contudo, a confirmação etiológica tem grande relevância nesses pacientes, visto que possibilita um melhor direcionamento da terapêutica, evitando toxicidades e interações medicamentosas, eventos críticos em tal população.


Como esse fungo oportunista não pode ser cultivado in vitro, o diagnóstico laboratorial era tradicionalmente realizado por pesquisa direta em espécimes clínicos por meio de coloração específica ou imunofluorescência. No entanto, esses métodos possuem sensibilidade limitada e ainda requerem profissionais treinados e experientes na diferenciação do P. jirovecii de outras leveduras e artefatos. 


Já a técnica molecular para a pesquisa do fungo no lavado broncoalveolar alcança 98% e 91-93% de sensibilidade e especificidade, respectivamente, segundo metanálises recentes, além de conferir maior rapidez na liberação dos resultados.


Um exame positivo, portanto, sempre em conjunto com os dados clínicos e radiológicos, corrobora o diagnóstico de pneumocistose, embora não deva ser interpretado como resultado definitivo, uma vez que o agente pode colonizar as vias aéreas tanto de indivíduos saudá- veis quanto de imunocomprometidos. Por outro lado, um teste negativo ajuda a afastar o P. jirovecii com alguma segurança, ainda que, vale ressaltar, também não exclua totalmente o diagnóstico. 


Apesar de a literatura não ser consensual em relação a valores de corte capazes de discriminar infecção de colonização, observa-se que quantificações superiores a 30.000 cópias/mL apresentam maior valor preditivo para infecção ativa. 


O Fleury realiza o exame não só no lavado broncoalveolar, como também na secreção traqueal. A coleta do lavado pode ser realizada por broncoscopia, com agendamento prévio na Unidade Higienópolis.


Assessoria Médica
Dra. Carolina dos Santos Lázari
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Dr. Celso Granato
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Dr. Jorge Luiz Mello Sampaio
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