Pesquisa de intolerância à lactose agora pode ser feita por teste molecular | Revista Médica Ed. 3 - 2016

A hipolactasia está relacionada à diminuição da atividade da enzima lactase na mucosa do intestino delgado, o que ocorre de forma gradual, geneticamente programada e irreversível.

 

Cristais de lactose observados por microscopia de luz polarizada.

 

A hipolactasia está relacionada à diminuição da atividade da enzima lactase na mucosa do intestino delgado, o que ocorre de forma gradual, geneticamente programada e irreversível. O aparecimento de sintomas gastrointestinais está associado à má absorção da lactose, molécula formada pela ligação dos monossacarídeos glicose e galactose, que passa a ser fermentada por bactérias intestinais, originando o quadro clínico que caracteriza a intolerância.

Introduzido recentemente na rotina do Fleury, o teste molecular para a pesquisa de hipolactasia primária tem alta sensibilidade e especificidade, sendo realizado em amostra de sangue periférico por PCR, seguida de reação de sequenciamento para a detecção da variante genética C/T – 13.910, localizada no gene MCM6. O resultado sai em dez dias.


O polimorfismo LCT-13910C>T, situado em região intrônica, ou seja, não codificante, do gene MCM6, foi identificado acima do lócus do gene que codifica a lactase, o LCT, encontrado no cromossomo 2q21. Essa variante apresenta associação bem estabelecida com a não persistência da lactase, estando o genótipo CC vinculado com a predisposição à intolerância à lactose, enquanto os genótipos TT e CT sugerem manutenção da habilidade de digerir o carboidrato ao longo da vida.


Contudo, mesmo com o genótipo correlacionado com a inabilidade de digerir a lactose, pode haver indivíduos, em especial crianças, que ainda expressem normalmente a lactase. Por outro lado, existem outras causas genéticas que também podem determinar a intolerância. Assim, a interpretação dos resultados deve ser feita à luz do quadro clínico.


Vale lembrar que existem outros métodos para o diagnóstico da condição. Além do exame molecular, o Fleury realiza rotineiramente o teste oral de tolerância à lactose, em que dosagens séricas de glicose são feitas antes e depois da ingestão de uma sobrecarga padronizada de lactose. 


ASSESSORIA MÉDICA
Genética
Dr. Caio Robledo Costa Quaio
Dr. Augusto C. de Macedo Neto
Dr. Carlos Eugenio Fernandez de Andrade
Dr. Wagner Antonio da Rosa Baratela
Gastroenterologia
Dra. Márcia Wehba Esteves Cavichio