Pesquisa do DNA da B. pertussis ajuda a diferenciar a coqueluche de outras síndromes de tosse prolongada, mesmo após antibioticoterapia | Revista Médica Ed. 5 - 2012

Sensível e específico, o teste tem vantagens que vão ao encontro das estratégias de prevenção da infecção, sobretudo na população pediátrica

Sensível e específico, o teste tem vantagens que vão ao encontro das estratégias de prevenção da infecção, sobretudo na população pediátrica.

Nos últimos anos, vários países vêm assistindo a um aumento do número de casos de coqueluche, incluindo o Brasil. A maior parte dos doentes tem menos de 1 ano de idade, mas, nos locais onde a cobertura vacinal é elevada, como São Paulo, a doença frequentemente afeta adolescentes e adultos jovens.

Acredita-se que a permanência da circulação da Bordetella pertussis se deva sobretudo à queda dos títulos de anticorpos protetores, de cinco a dez anos depois da infecção natural ou da última dose da vacina. Em consequência da redução na imunidade contra a bactéria, os adultos portadores do agente podem se infectar, tornando-se, assim, as principais fontes de transmissão para os bebês que não completaram o esquema vacinal. Dessa maneira, a coqueluche deve fazer parte do diagnóstico diferencial de tosse não produtiva, e não somente nos lactentes, mas particularmente nos adolescentes e adultos.

A PCR em tempo real para a pesquisa do DNA da B. pertussis em amostra de nasofaringe oferece vantagens sobre a cultura desse material em meio seletivo – até recentemente o método mais difundido para essa investigação –, uma vez que apresenta maior sensibilidade (de 77% a 99%) e especificidade semelhante (de 86% a 99%).

O método também permite o diagnóstico até a terceira semana após o início dos sintomas, além de possibilitar a coleta da amostra até 72 horas a partir da introdução de antibióticos, com chances consideráveis de detecção do DNA. Com a cultura, vale a comparação, a positividade do exame só é satisfatória até a segunda semana do quadro infeccioso e diminui abruptamente na vigência de antibioticoterapia.

A sorologia para coqueluche, por sua vez, tem aplicação limitada por conta de sua sensibilidade inferior e, ademais, os anticorpos aparecem mais tardiamente em relação à positivação da PCR. Portanto, diante da disponibilidade da técnica molecular, o teste sorológico fica reservado para os casos em que os sintomas persistirem por mais de três semanas. Nesses pacientes, a análise de duas amostras com intervalo de 14 dias entre as coletas pode confirmar o diagnóstico se constatado o surgimento ou o aumento dos títulos de IgG.

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Assessoria Médica em Infectologia 
Assessoria Médica em Microbiologia 
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