Radiografia funcional do cóccix classifica lesão e orienta terapêutica | Revista Médica Ed. 7 - 2012

Feita conforme a mobilidade da região e suas alterações, a classificação ainda permite comparar, por subgrupos, as respostas específicas aos tratamentos.

Com o objetivo de entender e diferenciar as anormalidades clínico-radiológicas encontradas nas coccigodínias, o Grupo de Imagem do Sistema Musculoesquelético do Fleury revisou a anatomia normal do sacrocóccix e das demais estruturas pélvicas, bem como suas variações e alterações anatômicas, além dos elementos biomecânicos e fisiopatológicos implicados na etiologia da dor coccígea.

Para tanto, os pesquisadores avaliaram imagens de pacientes com suspeita clínica dessa síndrome dolorosa encaminhados a um hospital paulistano entre outubro/2006 e junho/2012.

Os sujeitos passaram pelo estudo radiológico funcional ou dinâmico do cóccix, proposto por Maigne e cols. (1992 e 1994), que consegue identificar lesão causal em cerca de 70% desses casos, tendo em vista que os sintomas se relacionam à mobilidade coccígea.

Conforme a capacidade de movimentação do cóccix esuas alterações, os pacientes foram divididos em três subgrupos: um com mobilidade normal em flexão, hipermobilidade e subluxação anterior; outro com subluxação posterior e mobilidade normal em extensão; e um terceiro com pouco movimento ou imobilidade.

Na prática, esse desmembramento permite classificar os diagnósticos de indivíduos sintomáticos em subluxação posterior (20-25% dos casos), em hipermobilidade (25-30%), em um tipo de deformidade da ponta do cóccix, denominada espícula (15%), e em cóccix sem anormalidade radiológica.

A classificação ainda orienta tratamentos e possibilita a comparação de respostas terapêuticas específicas por subgrupos.

“Nosso estudo é concordante com os trabalhos de Maigne e verificou que, de acordo com a lesão causal, é possível iniciar infiltrações intradiscais ou pericoccígeas guiadas por radioscopia ou tomografia computadorizada, com bons a excelentes resultados em instabilidades mecânicas (80%), bons resultados na imobilidade e nas espículas (50%) e piores resultados nos pacientes com mobilidade normal do cóccix (27%)”, enumera o radiologista Marco Túlio Gonzalez, assessor médico do Grupo de Imagem do Sistema Musculoesquelético do Fleury.

 

 

Autores
Gonzalez, MT; Yamada, AF; Homsi, C; Pastore, D; Narahashi, EM; Yamashiro, E; Albertotti, F; Caldana, WCI; Wematsu, MC; Nico, MAC; Stump, XMGRG.


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