Tuberculose - Relatório da OMS apresenta a situação da doença no mundo | Revista Médica Ed. 6 - 2014

Veja os resultados da 19º edição do Relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre a Tuberculose no mundo e quais são expectativas sobre a doença para este ano.

Fagocitose do bacilo de Koch, flagrada pormicroscopia eletrônica
SPL DC/LATINSTOCK


Em sua 19ª edição, o Relatório Global sobre a Tuberculose, publicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 22 de outubro de 2014, destaca que há quase meio milhão a mais de casos de tuberculose do que o estimado anteriormente. Apesar disso, a taxa de mortalidade veio caindo de 1990 para cá, totalizando uma redução de 45%, enquanto o número de pessoas que desenvolvem a infecção tem declinado, em média, 1,5% ao ano. De qualquer modo, a tuberculose ainda figura como a segunda causa de óbito por único agente infeccioso no mundo, além de estar entre as cinco principais causas de morte em mulheres de 15 a 44 anos de idade.


Considerando somente o Mycobacterium tuberculosis, sabe-se que um terço da população mundial está infectada por essa bactéria, porém apenas uma proporção adoece. Mesmo assim, tal parcela totalizou, no ano passado, expressivos 9 milhões de pessoas e 1,5 milhão de mortes por tuberculose, a maioria (95%) em países de baixa e média renda.


Indivíduos com deficiência do sistema imunológico apresentam maior risco de contrair a doença – os infectados pelo HIV, por exemplo, têm de 26 a 31 vezes mais probabilidade de desenvolver tuberculose ativa. Não por acaso, a tuberculose responde por 25% dos óbitos relacionados ao HIV. Em 2013, entre as vítimas de tuberculose, nada menos que 360 mil tinham HIV/aids.


De positivo, o relatório da OMS comenta que o mundo está no caminho de reverter a disseminação da tuberculose até 2015 para alcançar a Meta de Desenvolvimento do Milênio. Estima-se que 37 milhões de vidas foram salvas por meio de diagnóstico e tratamento efetivos da tuberculose desde 2000. No entanto, por ano, cerca de 3 milhões de pessoas que adquirem a tuberculose são perdidas pelos sistemas de saúde, seja porque os casos não foram diagnosticados, seja porque foram diagnosticados, mas não notificados. O fato é que há muito por fazer ainda para debelar esse mal que vem atravessando os séculos.