Uso da cintilografia na localização de paratiroides hiperfuncionantes | Revista Médica Ed. 1 - 2014

O exame é útil quando há indicação cirúrgica e quadro laboratorial confirmado de hiperparatiroidismo

O exame é útil quando há indicação cirúrgica e quadro laboratorial confirmado de hiperparatiroidismo 


O hiperparatiroidismo primário é uma condição clínica encontrada em aproximadamente 2% dos indivíduos com idade acima de 55 anos e tem incidência de duas a três vezes maior em mulheres do que em homens. Em 85% a 90% dos casos, é ocasionado pelo adenoma paratiroidiano, enquanto a hiperplasia de paratiroides configura causa menos frequente, presente em apenas 10-15% dos pacientes.

O diagnóstico da doença deve levar em consideração os achados laboratoriais de aumento do paratormônio (PTH) e do cálcio séricos. Já o uso de métodos de imagem para a localização do adenoma de paratiroide está recomendado apenas para indivíduos com quadro laboratorial confirmado de hiperparatiroidismo e indicação cirúrgica, mesmo em casos de recidiva.

Complementação

A aquisição de imagens Spect (em cortes) tem bastante utilidade para dar uma ideia da profundidade das captações. As mais anteriores podem ser falso-positivas pela presença de nódulos tiroidianos, embora existam paratiroidesintratiroidianas. Por outro lado, as mais posteriores apresentam maior probabilidade de associação com adenomas paratiroidianos. Desse modo, a complementação do exame com a cintilografia de paratiroides é válida porque o adenoma, por não possuir receptor de iodeto, mostra-se como uma imagem hipocaptante.

O fato é que a cintilografia, principalmente quando feita em conjunto com a ultrassonografia, é o método de escolha para localizar o adenoma de paratiroide em pacientes com hiperparatiroidismo primário com indicação cirúrgica, dada sua capacidade de detectar paratiroides ectópicas mediastinais. Atualmente, o padrão-ouro nessa investigação pré-operatória é a realização da cintilografia e da ultrassonografia por profissionais treinados e que analisem as imagens obtidas pelos dois métodos de forma integrada, sobretudo com informações anatômicas adicionais da tomografia direcionada.

Colaborou: Dr. Marco Antonio Condé de Oliveira, assessor médico do Fleury em Medicina Nuclear.

* Assessora médica sênior do Fleury nas áreas de Medicina Nuclear e Cardiologia e chefe do Setor de Medicina Nuclear do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia.
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