11 Hábitos comuns, com sérias consequências à sua saúde íntima

Em edição revisada e atualizada, o livro ‘Atlas de Diagnóstico por Imagem em Cardiologia’ será lançado por médicos do Fleury Medicina e Saúde durante o 40º Congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (SOCESP), que acontece de 20 a 22 de junho, no Transamerica Expo Center, em São Paulo.

Saúde íntima ainda é um assunto tabu e as consequências podem variar de irritação na região genital à infecção urinária.
Citando um exemplo, algumas mulheres apresentam maior sensibilidade e desenvolvem irritação na região genital com o uso de produtos para a higiene íntima. Essa irritação pode ser leve e passageira ou se tornar persistente levando a um quadro mais grave de sintomas e de tratamento mais difícil.

Por isso, separamos nessa matéria hábitos comuns do seu dia a dia, que podem prejudicar muito sua saúde íntima.

1.       Lavagem incorreta da roupa íntima

O hábito de lavar as calcinhas ao tomar banho e deixá-las para secar no banheiro pode ser muito prejudicial. O problema é que o banheiro é um lugar úmido e abafado, o que contribui para o surgimento de microrganismos que podem ser nocivos para a sua região íntima.

Então a melhor forma de lavar as calcinhas é com sabão de coco ou produtos específicos, além de colocá-las para secar em ambientes arejados. Outra dica é passá-las antes de usar. O calor do ferro ajuda a matar as bactérias ou fungos que possam se proliferar no tecido.

2.       Uso de amaciantes

Os amaciantes estão entre os produtos que podem ocasionar a dermatite de contato, não sendo recomendados para lavar as roupas em mulheres suscetíveis. Nessas mulheres, mesmo roupas normais se lavadas com amaciante, pode desencadear um processo de reação alérgica, ocasionando coceira e irritação da região vulvar.

3.       Absorventes diários

Os absorventes diários são muito usados para conter secreções e corrimentos abundantes, evitando a sensação de umidade ao longo do dia. Mas ginecologistas não recomendam o seu uso. Os absorventes diários podem deixar a mulher mais suscetível a infecções devido à proliferação de fungos e bactérias. Nas situações em que o uso de absorvente diário não pode ser evitado, como em perda urinária, corrimento ou transudação excessivos, recomenda-se absorventes respiráveis, sem a película plástica, que devem ser trocados em intervalos de até quatro horas.

4.       Calcinhas de material sintético

Algumas mulheres que são mais sensíveis podem apresentar irritação em decorrência de tecidos sintéticos. Nesses casos, recomenda-se utilizar calcinhas não sintéticas (ex., de algodão), que favorecem a ventilação da região genital.

5.       Higienização incorreta

A anatomia da região genital da mulher é um fator que facilita a contaminação da vagina ou da bexiga por bactérias intestinais, podendo causar infecção urinária ou corrimento. Isso ocorre porque as aberturas do ânus, da vagina e da uretra são muito próximas uma da outra. Por isso, após a evacuação, é recomendado que a higiene seja feita na direção de frente para trás, para evitar que os restos de fezes levem bactérias para a vagina e uretra.

6.       Tipo de sabonete

O uso de sabonetes comuns não é recomendado pois a maioria, especialmente em barra, tem o pH alcalino, que leva ao ressecamento da pele da região genital. Compartilhar o uso de sabonetes em barra com outras pessoas pode facilitar a contaminação.

7.       Lenços umedecidos

Podem ser utilizados em algumas situações, por exemplo, para fazer a higiene fora de casa. Contudo, o uso abusivo pode remover a camada de proteção da pele ou pode causar coceira e irritação pelas substâncias que compõem o produto.

8.       Frequência e tempo de higienização

Lavar a região genital muitas vezes ao dia ou por muito tempo também não é recomendado, pois retira a camada natural de proteção da pele, causando ressecamento. A região genital deve ser lavada com água corrente e o produto de higiene e a frequência recomendada é de pelo menos uma vez ao dia no clima frio e de uma a três vezes ao dia no clima quente. Também para evitar o ressecamento da pele, o tempo de higienização não deve ser mais do que dois a três minutos.

9.       Ducha íntima

Salvo indicação médica, a realização de ducha vaginal de rotina também não é recomendada, pois pode provocar desequilíbrio na flora vaginal normal, reduzindo o número de lactobacilos, responsáveis pela proteção da vagina contra o crescimento anormal de bactérias e fungos.

10.   Usar calça apertada

Especialmente nas mulheres sensíveis, com história de irritação ou alergias na região genital, deve-se evitar os fatores que podem piorar esses sintomas. Usar calça jeans ou roupa muito apertada durante muito tempo favorece o aumento da temperatura e umidade da região genital, além de dificultar a ventilação dessa área, podendo piorar o processo irritativo.

Mas a calça apertada só é determinante quando o uso é muito prolongado (muitas horas por dia), o uso esporádico não tem problema.

11.   Beber pouca água

A baixa ingestão de líquido pode se associar com infecção urinária, já que pode modificar a acidez da urina e facilitar a adesão de bactérias na mucosa da bexiga. A maior ingestão de água aumenta a frequência de micção, ajudando no efeito de diluição de potenciais bactérias contaminantes e na manutenção de um pH ideal da urina. Portanto, beba muita água, no mínimo 2 litros por dia.

É importante destacar que a presença de coceira ou irritação na região genital ou de corrimento pode não ser decorrente apenas de hábitos de higiene inadequados, mas sim causados por doenças que precisam ser diagnosticadas e tratadas, como as dermatites, as vulvovaginites, as lesões relacionadas com o HPV (verrugas, lesões pré-câncer e lesões neoplásicas na região anogenital), entre outras.

Essa lista ajuda a melhorar alguns hábitos que podem prejudicar sua saúde íntima. Mas praticando ou não esses hábitos, seu ginecologista deve ser consultado regularmente para a manutenção da sua saúde. Estar em dia com seus exames ginecológicos previne e é primordial no diagnóstico precoce e sucesso no tratamento de doenças graves, como câncer de colo de útero.