A mácula é a parte central da retina, responsável pela visão nítida e detalhada. É esta parte do olho que é afetada pela degeneração macular. Trata-se de uma condição associada ao envelhecimento, caracterizada pela formação de pequenos depósitos amarelados sob a mácula. Estes depósitos são chamados de "drusas" e podem fazer com que a mácula fique fina e ressecada, determinando perda da nitidez da visão. Esses casos são chamados de degeneração macular do tipo seco, a forma mais comum da doença, algo em torno de 85% a 90% dos casos. A degeneração, entretanto, pode evoluir para a forma exsudativa (ou úmida) da doença, que consiste no crescimentos de uma membrana com vasos sangüíneos anormais embaixo da mácula. Esses vasos sangüíneos incham, rompem e formam cicatrizes permanentes que danificam a visão, provocando embaçamento da luz e das cores, mancha no campo visual central e distorção das imagens, além de determinar importante perda da visão, com risco de cegueira. Depois da catarata, a degeneração macular é a principal causa de cegueira nos indivíduos com mais de 50 anos e vem se tornando cada vez mais freqüente em nosso meio, à medida que aumenta a expectativa de vida das pessoas. Calcula-se que esse processo degenerativo esteja presente em, pelo menos, um quarto da população com mais de 75 anos. No Brasil, a incidência é estimada em 60 mil casos novos a cada ano. |
"A degeneração macular pode afetar um ou os dois olhos. Primeiramente, a pessoa tem a visão central bloqueada por um ponto negro, que depois se transforma em uma lacuna branca ou cinza. Esse dano à visão central é permanente, mas a visão lateral (periférica) raramente é afetada. Outros sintomas são: as linhas retas parecem onduladas, as cores ficam pálidas, visão de flashes de luz ou pontos escuros, borramento visual que dificulta a leitura. Na forma seca da doença, representada pela presença das drusas, a redução da capacidade de enxergar é lenta e acompanhada de pigmentação amarelada da mácula. Já na forma exsudativa, a diminuição da acuidade visual é mais rápida, evoluindo em semanas ou meses, por causa do rompimento de vasos de sangue anormais sob a mácula. As causas da denegeração macular não são muito bem estabelecidas, mas seu surgimento é seguramente atribuído ao envelhecimento. Com o passar dos anos, a retina, por razões desconhecidas, perde sua capacidade de dar um encaminhamento adequado aos restos de seu metabolismo – os famosos radicais livres. Esse processo é agravado pela luz do sol, que acelera o envelhecimento celular, notadamente em pessoas com olhos claros e que vivem em regiões mais ensolaradas. O cigarro igualmente constitui um fator de risco, por interferir na saúde das células, assim como uma dieta rica em gorduras e pobre em legumes e frutas, uma vez que os vegetais contêm antioxidantes que ajudam a combater os radicais livres."
O exame oftalmológico pode apontar lesões sugestivas de degeneração macular, mas a confirmação depende de testes diagnósticos bastante específicos, como a avaliação biomicroscópica da mácula, feita para avaliar a topografia da região e identificar as drusas, e exames angiográficos, que observam o fluxo de um contraste nos vasos locais e permitem a detecção e o estudo da vascularização formada embaixo da retina, ajudando o médico até mesmo a escolher a melhor opção terapêutica.
"A forma seca da degeneração macular é tratada com polivitamínicos para garantir uma melhor ação antioxidante sobre as células da retina e acompanhada com exames periódicos para detectar, no início, qualquer sinal de evolução para a instalação de alguma vascularização sob a retina. Já a forma exsudativa não dispensa um tratamento para controlar a doença e afastar o risco de perda de acuidade visual. Até pouco tempo atrás, só existia a fotocoagulação dos vasos com laser e a cirurgia para remover a membrana formada embaixo da retina e cessar as hemorragias. Ambos, porém, sem possibilidade de recuperar a acuidade visual já perdida. Atualmente, uma das alternativas a esses tratamentos convencionais é a fotodinâmica, que provoca entupimento nesses vasos de maneira mais seletiva, preservando o tecido da retina, pela associação de uma substância fotorreagente com uma fonte de luz. Outra terapia promissora é a aplicação de medicações locais que inibem o surgimento dos vasos sob a retina, reduzem a progressão da doença e até melhoram a visão em alguns casos. Para tanto, já existem medicamentos aprovados e outros em testes, nos dois casos com resultados animadores. Como a degeneração macular não tem uma causa bem determinada, não obstante sua associação com o envelhecimento, há pouco a fazer em termos de prevenção primária. Ainda assim, é fundamental usar óculos de sol com lentes protetoras contra raios ultravioleta, manter uma dieta saudável, à base de muitas frutas e vegetais, que contêm antioxidantes naturais, próprios para retardar os processos degenerativos, praticar exercícios físicos e controlar o peso, pois isso também prolonga a juventude de células e tecidos. Para quem fuma, largar o cigarro constitui uma medida inteligente, inclusive para prevenir outras tantas doenças que afetam a qualidade de vida na terceira idade. Além de tudo isso, é recomendável que toda pessoa a partir dos 45 anos passe por uma avaliação oftalmológica periódica para o rastreamento de alterações suspeitas de degeneração macular ainda no começo."