Hipotiroidismo

Tópicos presentes nesta página:

  • Descrição  
  • Causas e Sintomas  
  • Exames e Diagnósticos  
  • Tratamentos e prevenções  

Descrição

O hipotiroidismo é uma condição decorrente da baixa produção de hormônios pela glândula tiroide.

Os chamados hormônios tiroidianos – a tiroxina (T4) e a triiodotironina (T3) – regulam funções cardíacas, gastrointestinais e neurológicas, além de atuarem na reprodução e no crescimento celular. A falta deles, portanto, determina um conjunto de sintomas que interferem bastante na qualidade de vida das pessoas. Mas é no feto ou nos recém-nascidos que o hipotiroidismo costuma ser mais grave, uma vez que, se não tratado a tempo, pode impedir o desenvolvimento adequado de todo o corpo, até mesmo do cérebro, determinando déficit de crescimento, deficiência mental irreversível e surdez, entre outras sequelas.

Apesar dessas consequências, convém ressaltar que a doença é de fácil tratamento em qualquer idade, embora requeira o uso crônico de medicação e o acompanhamento médico constante para monitorar os níveis dos hormônios tiroidianos.

Estima-se que o hipotiroidismo acometa 5 milhões de brasileiros, incidindo quatro vezes mais nas mulheres que nos homens. Já a forma congênita afeta um em cada 3 mil nascidos vivos.

Causas e Sintomas

"Nos quadros mais leves, em que a diminuição dos hormônios não está tão acentuada, o paciente pode ter poucos ou até nenhum sintoma, o que dificulta o diagnóstico. Com a piora da disfunção, pode apresentar uma variedade grande de queixas, entre as quais cansaço, depressão, raciocínio lento, pele e cabelos ressecados, unhas quebradiças, prisão de ventre, fraqueza muscular, anemia, perda de apetite, aumento de peso, intolerância ao frio, inchaço no rosto e nos membros inferiores, elevação do colesterol sanguíneo e, na mulher, irregularidades no ciclo menstrual e surgimento anormal de leite nas mamas. Já o hipotiroidismo congênito raramente produz sintomas ao nascimento. Em geral, os sinais clínicos surgem nas semanas subseqüentes e incluem choro rouco, hérnia umbilical, prisão de ventre, apatia, dificuldade para mamar, coloração amarelada prolongada na pele e nas mucosas – a chamada icterícia –, diminuição de reflexos, pele seca e fraqueza muscular. Nos adultos, a maioria dos casos de hipotiroidismo tem, como causa, a tiroidite de Hashimoto, que, na verdade, é uma doença autoimune determinada por um descontrole do sistema imunológico, que passa a produzir anticorpos que se voltam contra a tiroide. Esse ataque compromete o funcionamento da glândula, que, assim, diminui sensivelmente a produção hormonal. A doença ainda pode ocorrer depois de cirurgia para a retirada da tiroide, feita em decorrência de tumor ou de aumento acentuado da glândula – o bócio. Além disso, pode surgir como conseqüência do uso continuado de medicamentos ou de tratamentos que interfiram na produção dos hormônios tiroidianos. Outra causa importante é a dieta pobre em iodo, elemento usado pela tiroide para sintetizar tiroxina e triiodotironina, presente sobretudo no sal marinho e em frutos do mar. Já nos recém-nascidos, o hipotiroidismo provém de anomalias na formação da tiroide e, em menor escala, da ausência de substâncias que participam da fabricação de T4 e T3. Ambas as situações derivam de alterações genéticas ainda não totalmente esclarecidas."

Exames e Diagnósticos

"Nos recém-nascidos, a detecção da doença é feita pelo teste do pezinho, ainda na maternidade, de preferência depois de 48 horas do nascimento. Tanto a rede pública quanto a privada são obrigadas, por lei, a fazer essa investigação para rastrear, além do hipotiroidismo, outras três enfermidades: a fenilcetonúria, a fibrose cística e a anemia falciforme. Diante de um teste positivo para a disfunção tiroidiana, o resultado precisa ser confirmado por outro exame de sangue antes da instituição do tratamento. Nos demais casos, como os sintomas são muito inespecíficos, o diagnóstico depende de testes laboratoriais para dosar o nível dos hormônios tiroidianos na circulação, para verificar como está o funcionamento da tiroide e para pesquisar anticorpos contra a glândula, cuja presença configura a causa mais comum do hipotiroidismo, que envolve o sistema imunológico."

Tratamentos e prevenções

"O tratamento é realizado de forma contínua com a reposição oral apenas da tiroxina (T4), já que a maior parte da triiodotironina (T3) usada pelo organismo provém da conversão de T4 em T3, que ocorre já nas células. O organismo responde de forma rápida à terapêutica com a cessação do conjunto de sintomas e, nas crianças, o desenvolvimento físico e mental se processa normalmente, desde que o uso do hormônio comece logo após o nascimento. Periodicamente, o portador da disfunção precisa visitar o médico para medir a efetividade da reposição por meio de avaliação clínica e de testes laboratoriais. Em muitos casos, pode ser necessário também um controle mais rigoroso do colesterol, já que o hipotiroidismo favorece a elevação dos níveis sangüíneos dessa substância. Como as alterações genéticas que desencadeiam os defeitos de formação da tiroide e de produção de hormônios não estão totalmente claras, é difícil prevenir e mesmo antever a possibilidade de ter um filho portador de hipotiroidismo congênito. De qualquer modo, a gestante deve fazer um bom pré-natal, que também investigue a atividade da tiroide durante toda a gravidez, a fim de garantir que a glândula esteja funcionando bem nesse período. Isso porque, até a 26ª semana de gestação, o feto depende exclusivamente dos hormônios tiroidianos da mãe. Esse cuidado não evita a forma congênita da doença, mas impede que a falta de T3 e T4 interfira no desenvolvimento fetal. Já na vida adulta, por enquanto não se conhecem outras ações para evitar o aparecimento da disfunção, além do consumo de sal de boa procedência. Isso porque, desde a década de 50, a Organização Mundial de Saúde determina que o sal de mesa receba um acréscimo de iodo, durante sua produção, como medida de prevenção universal contra o bócio e o hipotiroidismo. Ainda assim, o mais indicado, sobretudo entre as mulheres, é fazer consultas médicas periódicas para avaliar a função da tiroide e detectar qualquer alteração antes mesmo do surgimento dos sintomas. Quem tem colesterol elevado também deve ficar mais atento, pois muitas vezes esse aumento está associado à disfunção da glândula."