Avaliação do complexo mediointimal na carótida comum

Estudos mostram relação do espessamento mediointimal com eventos cardíacos e cerebrovasculares

As últimas diretrizes sobre a avaliação de risco cardiovascular das Sociedades Brasileira de Cardiologia¹, Europeia de Cardiologia²,³ e Americana de Cardiologia4 não levam mais em consideração o espessamento mediointimal da carótida comum distal como preditor de risco cardiovascular.

Entretanto, diversos estudos pregressos mostram relação do espessamento mediointimal com eventos cardíacos e cerebrovasculares. Para tornar a avaliação do valor de normalidade mais confiável, sugere-se consulta aos valores do Carotid Atherosclerosis Progression Study (CAPS), entre 25 e 45 anos (tabela 1), do Brazilian Longitudinal Study of Adult Health (ELSA-Brasil), entre 40 e 65 anos (tabela 2), e do Multi-Ethnic Study of Atherosclerosis (MESA)8, entre 65 e 84 anos (tabela 3).

Pela Sociedade Americana de Ecocardiografia, uma espessura do mediointimal acima do percentil 75 é indicativa de aumento do risco cardiovascular, mas há diretrizes mais conservadoras, que sugerem valores anormais apenas acima do percentil 90.5

Tabela 1 – Adaptada do Estudo CAPS6


Tabela 2 – Adaptada do Estudo ELSA-Brasil7


Tabela 3 – Adaptada do Estudo MESA8

Clique nas tabelas para exibir em formato maior


Referências

  • Atualização da Diretriz de Prevenção Cardiovascular da Sociedade Brasileira de Cardiologia – 2019. Arq Bras Cardiol. 2019; 113(4):787-891.
  • 2016 European Guidelines on cardiovascular disease prevention in clinical practice. European Heart Journal 2016;37:2315–2381.
  • Focus on echovascular imaging assessment of arterial disease: complement to the ESC guidelines (PARTIM1) in collaboration with the Working Group on Aorta and Peripheral Vascular Diseases. European Heart Journal. Cardiovascular Imaging 2018;0: 1–27.
  • Focus on echovascular imaging assessment of arterial disease: complement to the ESC Guidelines (PARTIM1) in collaboration with the Working Group on Aorta and Peripheral Vascular Diseases 2019 ACC/AHA Guideline on the Primary Prevention of Cardiovascular Disease. Circulation 2019;140: e596–e646.
  • Use of carotid ultrasound to identify subclinical vascular disease and evaluate cardiovascular disease risk: a consensus statement from the American Society of Echocardiography Carotid Intima-Media Thickness Task Force. Endorsed by the Society for Vascular Medicine. J Am Soc Echocardiogr. 2008 Feb;21(2):93-111; quiz 189-90
  • Carotid Intima-Media Thickening Indicates a Higher Vascular Risk Across a Wide Age Range Prospective Data From the Carotid Atherosclerosis Progression Study (CAPS). Stroke 2006;37:87-92.
  • Carotid intima-media thickness value distributions in The Brazilian Longitudinal Study of Adult Health (ELSA-Brasil). Atherosclerosis. 2014;237:227-235.
  • Carotid Intima-Media Thickening Indicates a HigherVascular Risk Across a Wide Age RangeProspective Data From the Carotid Atherosclerosis Progression Study (CAPS). Stroke 2006;37:87-92.


Consultoria médica

Dr. André Paciello Romualdo
[email protected]