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Esofagite eosinofílica na infância | Revista Médica Ed. 2 - 2015

Esofagite eosinofílica depende de biópsia guiada por endoscopia para ser diagnosticada.

Imagem endoscópica do esôfago evidencia pregueamento linear vertical sugestivo de esofagite.
SPL DC/LATINSTOCK


Doença crônica imunomediada, a esofagite eosinofílica (EEo) resulta de inflamação grave do esôfago, predominantemente eosinofílica, associada à disfunção desse órgão. Apesar de rara, a incidência global da doença vem aumentando de forma considerável e, atualmente, apresenta uma prevalência em torno de 43:100.000 indivíduos, sendo mais prevalente em meninos atópicos.


Com manifestações clínicas variáveis, sobretudo relacionadas à idade, observam-se, de modo mais frequente na população infantil, sintomas inespecíficos, como dificuldade de alimentação, vômitos, recusa alimentar e regurgitação, que podem ocasionar atraso no crescimento. Nos adolescentes, por sua vez, o quadro é similar à doença do refluxo gastroesofágico (DRGE), podendo ser acompanhado de disfagia e impactação alimentar. Em grande parte dos pacientes, há possibilidade de os sintomas serem desencadeados por alérgenos alimentares, embora já tenham sido encontradas evidências que associaram a doença a outras fontes de exposição antigênica, como os aeroalérgenos.


Depende do estudo histológico


Infelizmente não existem ainda biomarcadores específicos disponíveis para EEo, cujo diagnóstico, portanto, requer uma endoscopia digestiva alta com análise histológica do material obtido por biópsia de, no mínimo, três amostras da mucosa esofágica, independentemente de seu aspecto – afinal, para a definição do quadro, é necessária a presença de 15 ou mais eosinófilos por campo de grande aumento.


Entre os exames laboratoriais, o hemograma pode evidenciar eosinofilia periférica em alguns pacientes, embora esta não seja condição obrigatória para o diagnóstico da EEo. A dosagem de IgE específica (Rast) para antígenos alimentares deve ser direcionada pela história clínica e utilizada com critério, pois a identificação de sensibilização não garante necessariamente que essa seja a causa da doença. De qualquer modo, estudos mostram que, na infância, o leite, o trigo, a soja e o ovo são os principais alimentos envolvidos em tais quadros.


Vale lembrar que a DRGE é o principal diagnóstico diferencial da EEo, já que pode cursar com sintomas semelhantes oumesmo coexistir com a condição.


Assessoria Médica
Dra. Márcia Wehba Esteves Cavichio
marcia.cavichio@grupofleury.com.br