Galactosemia

A galactose é um monossacarídeo proveniente sobretudo da hidrólise da lactose.

A galactose é um monossacarídeo proveniente sobretudo da  hidrólise da lactose, encontrada no leite e em seus derivados,  embora também esteja presente em algumas frutas.

Alterações no metabolismo da galactose causadas por deficiência enzimática resultam em aumento da concentração  desse açúcar no sangue, a galactosemia. O comprometimento  de três diferentes enzimas pode se associar à condição, levando a fenótipos clínicos distinto.



A forma clássica da doença, apesar de rara – com incidência  de um caso a cada 60.000 nascidos vivos –, é a mais comum e  mais grave, uma vez que decorre da ausência de atividade da  galactose-1-fosfato uridiltransferase (GALT). As crianças não  tratadas apresentam, ainda nos primeiros dias ou semanas de  vida, insuficiência hepática e renal, risco elevado de infecções  graves e sepse pela bactéria E. coli, catarata e déficit de crescimento. Mesmo sob tratamento, ainda podem evoluir com  manifestações mais tardias, como alteração do neurodesenvolvimento e falência ovariana prematura. Nesse contexto, há  ainda tipos considerados variantes, como a Duarte, derivada de  uma atividade parcial da GALT.

Outras enzimas envolvidas com a galactosemia incluem  a galaquitoquinase (GALK) e a UDP-galactose epimerase  (GALE). Enquanto a deficiência da GALK cursa, em geral, com  catarata, a da GALE é tipicamente uma alteração localizada nas  hemácias, que frequentemente não provoca sintomas.

Os três quadros têm etiologia genética e padrão de herança autossômico recessivo, podendo ser rastreados pelo teste  ampliado de triagem neonatal. O diagnóstico precoce é fundamental para o tratamento adequado, que muda o prognóstico  dos pacientes, em especial o da forma clássica.

Contudo, diante de um rastreamento alterado ou nos casos  em que os sintomas se manifestam no bebê antes de o resultado da triagem estar pronto, outros exames se impõem para a  confirmação do quadro. A determinação da atividade da GALT  é o padrão-ouro para diagnosticar a forma clássica e também  permite identificar suas variantes. Já a avaliação de substâncias  redutoras na urina exibe baixas sensibilidade e especificidade,  mas, em uma criança sintomática, ajuda a suspeitar de galactosemia e direcionar a investigação.

O estudo genético, disponível no Fleury, tem utilidade na  confirmação dos casos com atividade enzimática alterada, no  diagnóstico das formas além da clássica e no aconselhamento  da família.

A dieta de exclusão de galactose associada a um rigoroso  suporte nutricional especializado deve ser instituída imediatamente à identificação da galactosemia. Ademais, sobretudo  nas primeiras semanas de vida, o monitoramento e o tratamento de complicações são essenciais. Os pacientes com a  condição requerem seguimento médico por toda a vida.



CONSULTORIA MÉDICA 

Dra. Caroline Olivati 

[email protected]

Dr. Wagner Antonio da Rosa Baratela

[email protected]