O tumor do estroma gastrointestinal é a neoplasia mesenquimal mais comum do trato digestório e ocorre predominantemente no estômago (60%), embora possa afetar duodeno, jejuno, íleo, cólon, reto e até mesmo regiões extraviscerais.
Em 1998, Hirota et al publicou um trabalho inovador, usando a biologia molecular, que mostrou que mutações de ganho de função no gene KIT são eventos oncogênicos relacionados à doença. Até então, esses tumores eram refratários aos tratamentos sistêmicos convencionais e o estudo deflagrou a possibilidade das terapias-alvo para tratá-los, modificando seu prognóstico, especialmente no estágio avançado.
Hoje se sabe que a doença se caracteriza por mutações ativadoras no gene KIT em 60% a 85% dos casos, enquanto de 5% a 10% estão associados a alterações no PDGFRA. Tais genes codificam o receptor de tirosinoquinase tipo III (TRK) e suas mutações são mutuamente excludentes.
Da genotipagem ao tratamento
O imatinibe, um inibidor seletivo da tirosinoquinase, é a opção de primeira linha para o tratamento do tumor do estroma gastrointestinal de alto risco. Contudo, o gene envolvido em sua patogênese, bem como o tipo de mutação e o domínio funcional acometido, interfere na eficácia terapêutica.
De fato, a resposta ao imatinibe se mostra superior nos pacientes com mutação no éxon 11 do gene KIT, com maior benefício quando ocorre nos códons 557 e/ou 558. Já aqueles com alteração no éxon 9 desse mesmo gene tipicamente necessitam de uma dose maior do medicamento. Mutações nos éxons 12, 14 e 18 do PDGFRA também conferem sensibilidade terapêutica, com exceção da D842V no éxon 18, associada à resistência ao fármaco.
Apesar disso, muitos pacientes com resposta terapêutica inicial satisfatória desenvolvem resistência posterior à droga, causada sobretudo pela seleção de subclones do tumor que abrigam alterações secundárias nos éxons 13 e 14 ou 17 e 18 do gene KIT. Nesse cenário, o sunitinibe e o regorafenibe, por exemplo, podem ter utilidade como terapia de segunda linha.
No Fleury, é possível realizar o perfil molecular para o tumor do estroma gastrointestinal, que consiste no sequenciamento completo dos genes KIT e PDGFRA para identificação de variantes preditivas de sensibilidade ou resistência a terapias-alvo, bem como direcionadoras do prognóstico. O teste avalia alterações de nucleotídeo único, pequenas inserções e deleções e grandes amplificações e perdas gênicas. A análise das variantes genômicas obtidas e a interpretação dos dados clínicos e moleculares ficam a cargo de uma equipe especializada, que ainda fornece um laudo interpretativo ao médico solicitante.
CONSULTORIA MÉDICA
Dr. Aloisio Souza F. da Silva
Dra. Dafne Carvalho Andrade
Dra. Mônica Stiepcich
Dr. Renato José Mendonça Natalino
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