As futuras mães sabem: a chegada do bebê mexe com o sono muito antes de ele nascer. No início da gestação, a mulher é tomada por um sono que, às vezes, parece incontrolável. No final, acontece justamente o contrário: a insônia vem e várias noites são passadas em claro. Isso é motivado por diversos fatores, entre eles as oscilações hormonais. “A progesterona age como sedativo. Já os picos de ocitocina, que ocorrem principalmente no final da gravidez, aumentam a atividade uterina e podem causar insônia”, explica a neurologista e assessora médica em Polissonografia do Fleury, Rosana Souza Cardoso Alves.
Também é muito comum que as preocupações com a nova fase da vida, as inseguranças em relação ao futuro, o medo do parto e as angústias em relação ao bem-estar do bebê provoquem insônia. Para completar, existem ainda as mudanças físicas, como o crescimento do útero, que acarreta compressão da bexiga, obrigando a grávida a levantar-se diversas vezes à noite para ir ao banheiro.
“O sono da gestante é agitado, interrompido. Muitas se tornam ainda mais agitadas no final da gravidez, devido à dificuldade de encontrar uma posição confortável com o crescimento do abdômen”, observa o ginecologista Julio Elito Junior, professor adjunto do Departamento de Obstetrícia da Escola Paulista de Medicina (Unifesp). Segundo ele, outras mudanças comuns são o ganho de peso e a congestão nasal, que predispõe ao ronco, e as câimbras, que geralmente ocorrem durante o sono. Outra queixa comum das gestantes é a azia, devido ao refluxo gastroesofágico.
O resultado de tantas mudanças é que a mulher passa o dia sonolenta e à noite tem picos de insônia. “Primeiro, a grávida dorme mal por causa da ansiedade. No meio da noite, acorda devido a alterações fisiológicas, como o ronco e mudanças cardiorrespiratórias, que podem provocar falta de ar e mal-estar”, afirma o obstetra David Pares, assessor médico em Medicina Fetal do Fleury.
De acordo com Pares, a sonolência durante o dia provoca uma perda no rendimento no trabalho, irritação e redução do poder de concentração. Além disso, é comum ocorrer uma variação muito rápida de quase euforia para depressão. “As ondas cerebrais também são mais intensas nessa fase. Por isso, a grávida sonha mais e tem o sono mais agitado”, explica.
A neurologista Rosana Alves alerta para a importância do sono. “É preciso levar uma rotina com horários certos e, quando a sonolência ocorrer durante o dia, o ideal é tirar um cochilo”, ensina. “É bom avisar aos colegas e, no caso de exercer alguma atividade de risco (operadora de máquinas, motorista, piloto), evitar os horários nos quais a sonolência é maior”, recomenda.
É Importante ter uma rotina de sono. Ao ter sono durante o dia , o ideal é tirar um cochilo
Para dormir melhor
Para curtir essa fase tão especial com mais qualidade de vida, é bom aliar a prática regular de alguma atividade física a uma alimentação saudável. O ideal é consumir comidas leves e de fácil digestão. Evite gorduras e frituras, e nada de álcool e café. Quanto à pratica de exercícios, isso vai depender das orientações do obstetra. “O indicado é praticar uma atividade aeróbica pela manhã e, no começo da noite, ioga e alongamento. A hidroginástica com supervisão para gestantes também é excelente”, afirma a neurologista.
E, antes de ir para a cama, a dica é relaxar. Na avaliação de David Pares, a gestante precisa fazer uma atividade antes de dormir. “Pode desenvolver alguma habilidade manual (pintura, desenho, bordado, tricô) e outras formas de relaxar, como banho quente e massagem”, aconselha.
O mais importante, de acordo com Rosana, é esclarecer à futura mamãe que todas essas alterações são fisiológicas e características de uma fase transitória. “A recomendação é um bom atendimento pré-natal e a consulta a um especialista em sono, se necessário”, diz.
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