Não há idade para começar a se movimentar ou praticar exercícios. Eles trazem benefícios para o corpo e a mente em todas as idades
Quem chega à Unidade Itaim depara, logo na entrada, com um desenho que lembra uma cena tipicamente paulistana: edifícios altos, sinais de trânsito e antenas de TV. Quase todas as figuras são apresentadas apenas por traços pretos. Algumas, porém – como a piscina em que uma mulher se prepara para mergulhar, um arco vermelho e uma bola que diverte um menino –, trazem cores fortes e parecem despertar alegria nas personagens. Pequenos momentos diários de epifania. A mostra é um convite, um incentivo para que cada visitante se anime a “colorir” sua cidade e a própria vida – seguindo o recado embutido no subtítulo da mostra: Respire Cores, Inspire Sorrisos. “As situações cotidianas proporcionam essa transformação, e a exposição tenta incentivar as pessoas a promovê-la”, explica Monica Palazzo – coautora da mostra junto com Renata Rugai, ambas cineastas.
Dezenove ambientes da unidade receberam trabalhos concebidos pela dupla em parceria com uma equipe multidisciplinar. As obras são variadas. Há vídeos (Sala Experiência), uma coleção de espelhos que faz com que o visitante se veja a partir de ângulos inusitados (Corredor dos Espelhos) e uma mesa curiosa (Móbile Mobília): sobre seu vidro, pequenas esferas se movimentam, em resposta aos passos dos visitantes, captados por sensores eletrônicos. “A ideia é que as pessoas percebam que uma vida saudável se constrói diariamente, com pequenas atitudes, que refletem no bem-estar físico, mental e social. Essa é uma maneira de mudarmos comportamentos prejudiciais à nossa saúde”, afirma Monica. O caráter lúdico da exposição é sintetizado em um corredor com os Segredinhos da Vovó, caixas afixadas na parede que, quando abertas pelo visitante, reproduzem dicas de saúde. Detalhe: a voz que nos fala é de uma bem-humorada vovó. “E é difícil resistir aos conselhos dela”, brinca Monica. Na entrevista a seguir, ela fala sobre a Colorir a Vida e sobre como a arte, a saúde e as cores podem transformar nosso cotidiano.
Fleury Saúde em Dia: Colorir a Vida – Respire Cores, Inspire Sorrisos. Como dar forma a esse conceito?
Monica Palazzo: Colorir a Vida é uma maneira de relacionar valores importantes para o Fleury – como bem-estar, equilíbrio e saúde – com experiências do ramo das artes visuais. Explorando, em todas as obras e ambientes da exposição, aspectos lúdicos e poéticos, pretendemos despertar novos pontos de vista sobre situações cotidianas. A ideia é que as pessoas percebam que uma vida saudável se constrói diariamente, com pequenas atitudes, que refletem no bem-estar físico, mental e social. Essa é uma maneira de mudarmos comportamentos prejudiciais à saúde, rever valores e permitir a nós mesmos experimentar coisas novas e conhecer lugares e culturas diferentes. Nós somos muito influenciados pelo ambiente em que estamos. Por isso, visitar a Unidade Itaim para realizar um exame e deparar com uma experiência sensorial, como a proposta pela Colorir a Vida, é algo muito bacana e inusitado.
Fleury: Muitas atrações da exposição permitem o contato do visitante com as obras apresentadas – ou mesmo dependem dessa interação. Por que isso?
MP: Dar ao visitante a possibilidade de alterar o movimento das obras é concretizar a ideia proposta pela exposição: respirar cada cor, inspirar sorrisos – em si e nos outros. Ou seja, nós também devolvemos ao mundo aquilo que o mundo inspira em nós. A interação não é uma via de mão única, assim como os cuidados com o bem-estar mental, físico e espiritual estão vinculados à nossa relação com os acontecimentos diários – que nem sempre são prazerosos, mas que podem ser encarados de outras maneiras, inclusive com bom humor.
Fleury: Qual a relação entre cor e humor, cor e estado de espírito? De que forma as cores podem tocar as pessoas?
MP: As cores vibram, e elas nos atingem de forma muito diferente do que faz a palavra escrita, por exemplo, ou a música, que também nos atinge, mas de maneira diversa. No caso da exposição, a ideia foi apresentar os trabalhos com traços pretos e pincelar nossas propostas para diversão, reflexão e inspiração com cores. Daí o subtítulo da exposição: Respire Cores, Inspire Sorrisos. A ideia é que você respire, leve para dentro as cores, e as devolva não apenas para você, mas para as demais pessoas. O preenchimento da vida com as cores depende muito de nós, depende do nosso estado de espírito.
Fleury: Sua área de atuação é a arte. De que forma ela pode alterar nosso humor?
MP: A arte não está vinculada ao humor, mas podemos ter o bom humor como consequência de um trabalho “bem-humorado”. O bom humor pode nos trazer leveza, e a arte pode nos fazer ver o mundo de outra forma.
Fleury: A arte parece distante das pessoas no dia a dia. É objetivo da exposição aproximá-las?MP: Privilegiamos aspectos do dia a dia na exposição usando, para tanto, uma mistura de linguagens poéticas e uma diversidade de materiais. Temos alguns painéis coloridos que retratam cenas cotidianas. Há também um esquete, bem-humorado e em vídeo, que mostra a manhã de um casal momentos antes de o rapaz sair para fazer um exame de sangue. Ou os painéis lenticulares, que exibem frases inspiradoras. Para lê-las, o visitante tem de se deslocar, pois em cada posição uma parte do painel é mais bem visualizada.
Fleury: Como podemos repetir isso em nossas vidas, em nosso trabalho, em nossas casas?
MP: Muitas vezes, a vida cotidiana nos tira a leveza, o tempo ocioso, o intervalinho para levantar, esticar as pernas e os braços – e isso inclui aquele tempo para a fruição, para o prazer estético. Ouvir uma boa música, rever uma fotografia feita em uma viagem bacana e anotar no papel palavras que vêm à mente pode quebrar essa rotina. Eu me comovo revendo pinturas e filmes que são importantes para mim, e também mantenho o hábito de ler livros ou artigos. Nesse sentido, vale muito a pena ter sempre o livro favorito ao alcance da mão, a canção preferida no iPod ou ainda a reprodução de um quadro ou foto no computador. E ter a consciência de que nada substitui a ida ao cinema ou uma visita ao museu.
Fleury: E a beleza, ela tem uma função especial em nossas vidas?
MP: Se lembrarmos que a estética é responsável por nos provocar afetos, percepções e sensações, então concluiremos que a beleza deveria, sim, fazer parte da vida das pessoas. Mas como? Se estiver aliada aos conhecimentos com que entramos em contato desde a escolinha. Valores estéticos são muitas vezes deixados de lado, quando deveriam ser responsáveis também pela construção da nossa visão de mundo, e nos ajudar a trilhar nossos caminhos nele.
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