A vida das mulheres é marcada por importantes transformações. Há casos em que elas acontecem fora do momento esperado
A decisão de gerar um filho e amamentar aquele ser tão pequenino e frágil é uma transformação e tanto na vida da mulher. Especialistas afirmam, com unanimidade, que o leite materno é o alimento mais adequado e completo para o bebê, pois contém todos os nutrientes necessários para o desenvolvimento, protege contra infecções e intensifica o vínculo entre mãe e filho. Esse turbilhão de mudanças gera muitas dúvidas entre as gestantes de primeira viagem. Quando começar a amamentar, como cuidar da mama sensível, qual a melhor posição para a pega do bebê, se deve oferecer um ou os dois peitos a cada mamada são algumas das tantas perguntas ouvidas pelos médicos. Isso sem falar de alguns mitos que ainda assombram as novas mamães.
De acordo com David Pares, ginecologista e obstetra do Fleury Medicina e Saúde, muita gente acredita que enquanto estiver amamentando não corre o risco de engravidar. “Já a partir de 60 dias após o parto algumas mulheres podem ovular e engravidar”, diz. Outro mito comum é pensar que o leite materno é fraco. “Muito raramente a mulher tem pouca quantidade de leite, mas isso não tem a ver com a qualidade do alimento”, afirma Francisco Frederico Neto, pediatra do ambulatório de pediatria social do Hospital Sírio-Libanês.
A amamentação pode ser iniciada já na sala de parto. Antes da primeira descida do leite, o peito libera uma secreção chamada colostro, que é rico em anticorpos. “O ideal é começar a amamentar com regularidade entre 48 e 72 horas após o parto”, diz Pares. “É normal a mama ficar bastante cheia no começo, porque a criança ainda não mama muito. Também é comum o ressecamento dos mamilos, pois a fricção da mamada pode provocar rachaduras”, explica o médico.
Segundo Pares, para diminuir a probabilidade de rachaduras, a mulher deve tomar alguns cuidados já durante o período gestacional. Uma indicação é usar lanolina para hidratar os mamilos. “Em geral, para quem está começando, o mais indicado é deixar o bebê mamar entre 10 e 15 minutos em cada peito. Mais tempo aumenta as chances de machucar os mamilos”, completa Neto.
Controle da ansiedade
Outra dificuldade citada por Pares é lidar com o mamilo retrátil, com o bico voltado para dentro. Neste caso, o médico assistente pode ensinar algumas manobras que facilitam sua extensão. Quando o mamilo está muito machucado, é possível tirar o leite com um tipo de “bombinha” e dá-lo ao bebê em uma mamadeira. Em geladeira, o leite materno dura de 24 a 48 horas sem perder a qualidade nutritiva.
De acordo com Ivani Mancini, pediatra e médica do Atendimento do Fleury, até os seis meses de vida da criança o leite materno é mais adequado porque possui anticorpos e proteínas na quantidade certa. “Ele é completo, vem pronto e não custa nada. Além disso, protege de alergias, infecções, promove diminuição de diarréias e infecção intestinal”, destaca. “Num país em desenvolvimento, a amamentação tem papel fundamental na queda da mortalidade infantil e na prevenção da desnutrição”, completa.
Segundo ela, a incapacidade de produzir leite é raríssima. Ocorre apenas para uma ou duas mulheres a cada 10 mil. “As dificuldades, na imensa maioria das vezes, dizem respeito à insegurança materna. O ato de sugar do bebê é instintivo, mas, para a mãe, amamentá-lo pode não ser tão simples assim. Com o tempo, a mãe aprende como direcionar o peito para o bebê sugar”, explica.
Ela ainda acrescenta que a amamentação também ajuda no desenvolvimento da musculatura da face do bebê, devido ao esforço de sugar. “No futuro, isso vai auxiliar na fala e no desenvolvimento da arcada dentária. Também promove diminuição de incidência de cáries e da obesidade infantil. O ideal é, se possível, não oferecer nada para o bebê além do leite materno, principalmente nos primeiros trinta dias de vida”, recomenda Ivani.
A amamentação também oferece benefícios para a mãe, que perde cerca de 600 calorias diárias. “Além disso, a liberação de hormônios, que ocorre durante a amamentação, torna a mulher menos propensa a ter alguns tipos de cânceres, como de mama e de ovários”, observa. “Leite materno é sinônimo de economia, saúde, praticidade e fortalecimento do vínculo entre mãe e filho. Perfeito”, acrescenta.
Cuide-se
Para amamentar, é fundamental estar bem e saudável
Tenha uma alimentação regrada e rica em proteínas.
É recomendado beber de dois a três copos de água a cada mamada.
Evite chocolates. Eles podem provocar cólicas no bebê.
Aproveite bastante o período que estiver na maternidade para aprender a lidar com a mama. O preparo dela é muito importante para a mulher ter consciência de seu próprio corpo.
Aprenda o que é uma pega correta, que é a maneira ideal do bebê sugar o peito. Peça ajuda aos especialistas ainda na maternidade.
Mantenha a calma. A amamentação das primeiras semanas é a mais difícil, porque o mamilo ainda está muito sensível.
O intervalo entre as mamadas é variável. Normalmente não deve ultrapassar quatro horas, sempre contando do começo da mamada.
Tome cuidado com as mamadas muito longas. No início, o tempo ideal é de 10 a 15 minutos em cada mama.
Depois o bebê aprende a sugar com maior eficiência, e a mamada pode ficar mais rápida.
É indicado começar com o peito que terminou a mamada anterior. Se o bebê mamar em um peito de cada vez, vá alternando.
Ficar tranquila ajuda o leite a fluir bem. Logo o bebê vai revelar o seu estilo preferido de mamar. Daí, mãe e filho vão descobrir juntos a forma ideal.
Diante de dúvidas, problemas ou dificuldades, entre imediatamente em contato com o pediatra ou obstetra para buscar orientação. Não tenha medo ou vergonha de pedir ajuda.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a duração ideal do aleitamento materno é de seis meses, mas isso pode se prolongar enquanto a mãe produzir leite.
Projeto GestaçãoCriado em 2001, e em parceria com o Centro Assistencial Cruz de Malta, o Fleury desenvolve o Projeto Gestação, que atende, cerca de 300 gestantes por ano na comunidade do Jabaquara. “O atendimento abrange desde os exames do pré-natal até palestras sobre a importância do acompanhamento médico, cuidados com o bebê e a relevância da amamentação”, explica Adriana Caires, coordenadora de Programas Sociais do Grupo Fleury. 35 voluntários, todos funcionários do Fleury, dividem as tarefas, que vão desde bate-papos e palestras até a realização e coleta de sangue para exames do pré-natal. Os encontros ocorrem quinzenalmente as quintas-feiras, das 8h30 às 11h30. A Cruz de Malta oferece atendimento geral de saúde e centro assistencial para crianças, com creche e centro de juventude.
Curso para gestantes
O Fleury Medicina e Saúde oferece um curso para gestantes. O programa contempla não apenas dicas práticas sobre a saúde da gestante e a amamentação, como também explica passo a passo os detalhes, as novidades e, claro, as responsabilidades que passam a fazer parte da rotina da família depois que ela aumenta. Isso vai desde a adaptação do bebê ao cotidiano até assuntos tão diversos quanto necessários, a exemplo de vacinação, prevenção de acidentes e problemas corriqueiros, como administrar a primeira febre.
Com temas atuais e constantemente discutidos pela comunidade médica, o Fleury Med Podcast traz convidados renomados para lhe oferecer conhecimento médico de qualidade nas mais diversas especialidades.
Estão abertas as inscrições para o processo seletivo do Programa de Fellow em Dermatoscopia e Mapeamento Corporal 2025 do Grupo Fleury.
Conheça mais informações sobre o imunizante para VSR em bebês