Profissionais do Fleury Medicina e Saúde comentam resultados de pesquisa espanhola que comprovou benefícios da dieta e sugerem cardápio
A alimentação baseada na dieta mediterrânea, rica em azeite, nozes, frutas, vegetais e cereais, reduz os riscos de problemas cardiovasculares. E o consumo desses ingredientes pode ser adaptado para a realidade brasileira (ver sugestão de cardápio abaixo). A avaliação é do cardiologista Ibraim Pinto e da nutricionista Cibele Gonsalves, ambos do Fleury Medicina e Saúde, que comentaram os resultados do estudo publicado pelo “The New England Journal of Medicine”, no dia 25 de fevereiro de 2013.
“A pesquisa mostrou, objetivamente, que a alimentação muda o metabolismo, pois quem aderiu à dieta mediterrânea teve um número menor de eventos cardiovasculares do que quem não aderiu”, comenta Ibraim Pinto. “São cuidados como esses que as pessoas devem tomar na rotina turbulenta dos grandes centros”, acrescenta o cardiologista.
O estudo, realizado na Espanha, acompanhou a alimentação de 7.447 voluntários, ao longo de aproximadamente cinco anos. Essas pessoas foram subdivididas em três grupos: o primeiro recebeu reforço de alimentação com azeite de oliva; o segundo com nozes e o terceiro foi apenas orientado a reduzir o consumo de gordura.
Como resultado, os médicos observaram que houve redução de 30% na incidência de doenças cardiovasculares e de 49% na chance de sofrer um acidente vascular cerebral, por quem passou pela dieta.
Para a nutricionista Cibele Gonsalves, deve-se levar em conta também o estilo de vida das pessoas que participaram da pesquisa. De todo modo, Cibele concorda que os ingredientes da dieta mediterrânea fazem bem à saúde e podem ser adotados na alimentação brasileira. Esse cardápio inclui azeite extra-virgem, frutas, castanhas, nozes, cereais, legumes, ingestão moderada de aves e peixes, baixo consumo de lácteos e carne vermelha e vinho, com moderação, juntamente com as refeições.
“No Brasil, é fácil encontrar esses ingredientes, e cada vez mais as pessoas estão consumindo alimentos como nozes e castanhas (oleaginosas). No entanto, é preciso tomar cuidado para não comê-los em excesso, pois são muito calóricos, assim como não quer dizer que o vinho esteja liberado à vontade nas refeições”, comenta a nutricionista.
Boa parte dos voluntários que participou da pesquisa era obesa, apresentava hipertensão, tinha diabetes, além de níveis altos de colesterol e triglicérides. Durante o estudo, do total de pessoas que não ingeriu azeite ou nozes, 58 tiveram eventos cardiovasculares, como AVC, infarto ou morte de origem cardíaca. Do total que ingeriu um litro de azeite por semana, 49 apresentaram esses problemas. E das que consumiram 30 gramas de nozes por dia, 32 tiveram esse tipo de ocorrência.
Um dado que chamou a atenção do cardiologista Ibraim Pinto e da nutricionista Cibele Gonsalves foi a interrupção do estudo por questões éticas, ainda na fase intermediária, devido aos expressivos resultados favoráveis aos grupos que participaram da dieta mediterrânea. “Não fazia sentido manter o outro grupo fora dos benefícios desta alimentação”, comenta Pinto.
Box:
Sugestão de cardápio baseado na dieta mediterrânea
Café da manhã
Iogurte desnatado batido com linhaça dourada triturada
Banana média
Torrada integral com geleia de frutas sem açúcar
Lanche da manhã
1 punhado pequeno de amêndoas
Almoço
Purê de mandioquinha
Salmão assado com gergelim
Salada de rúcula com grão de bico e pepino
Laranja
Lanche da tarde
1 punhado pequeno de nozes
Jantar
Arroz integral com amêndoas
Omelete (ovo, cebola, tomate, alho poró e manjericão)
Salada de alface com beterraba
Salada de frutas
Lanche da noite
1 copo de leite de soja batido com morangos e linhaça dourada triturada
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