E-lixo | Revista Fleury Ed. 13

Para quem apresenta problemas auditivos e de equilíbrio, que podem estar relacionados ao labirinto, fazer uma avaliação otoneurológica completa é fundamental para que o médico chegue ao diagnóstico correto.

Segundo estimativas da Fundação Getúlio Vargas, um telefone celular dura em média dois anos nas mãos de um usuário. Ao final desse período, parece banal e inofensivo o ato de atirar o aparelhinho na lata do lixo. Não é. Atualmente, há cerca de 140 milhões de telefones desse tipo em atividade no País: se cada brasileiro despreocupadamente jogar o seu fora, logo formaremos mais uma montanha de lixo – e de problemas. Afinal, os celulares têm em média 750 componentes, feitos de diferentes materiais, cuja reciclagem e assimilação pelo meio ambiente são complexas. A bateria do aparelho, por exemplo, tornou-se uma das maiores dores de cabeça dos tempos modernos, pois inclui elementos químicos nocivos, que contaminam o solo, a água e, por tabela, o ser humano.

O descarte do celular é apenas o item mais visível do chamado “lixo eletrônico”. Mas estão nessa lista também computadores, impressoras e monitores, TVs, tocadores de MP3, lâmpadas e até brinquedos. Em comum, todos precisam de energia para funcionar e são formados por diversos componentes – o que dificulta e encarece sua reciclagem. Em determinado momento, esses equipamentos deixam de nos ser úteis. E, nessa hora, é preciso estudar que destino dar a eles.

“Considero que, no Brasil, essa questão é emergente. Ainda não existe uma ampla discussão pública a respeito”, avalia Angela Cassia Rodrigues, especialista no assunto e professora da FGV Online. De acordo com pesquisa desenvolvida por ela, só no Brasil, são geradas cerca de 490 mil toneladas de resíduos eletroeletrônicos por ano. “Levando em conta o crescente consumo desses itens e a rápida obsolescência dos equipamentos, considero que a importância desse tema, em uma escala de 0 a 10, é 10”, resume a pesquisadora.

Apesar da ausência de uma política pública de reciclagem, cada um de nós pode cooperar, estudando a melhor maneira de descartar um produto que já não nos interessa mais – o que inclui investigar se ele ainda pode ser útil à comunidade.

Boas práticas
O Fleury adota boas práticas e já colhe os resultados. A política interna começa com uma análise dos possíveis destinos para os equipamentos que não serão mais usados pela empresa. É verificada a possibilidade de retorno ao fabricante, caso ele tenha programa de coleta, ou de doação para escolas e ONGs. “O que não nos serve mais pode ser útil para outras pessoas. Caso o reaproveitamento não seja possível, são contratadas empresas especializadas no descarte ambientalmente correto do material. Desde o início de 2008, enviamos cerca de 300 equipamentos eletroeletrônicos, peças e componentes para doação ou para empresas de destinação e reciclagem”, explica Daniel Marques Périgo, gerente de Sustentabilidade do Fleury.

O que fazer com os aparelhos que não usamos mais
Doar os equipamentos em funcionamento para escolas, ONGs e demais instituições.
Verificar se o fabricante tem programas de coleta e reciclagem de seus produtos.
Procurar instituições e empresas que possam dar aos resíduos eletroeletrônicos um destino adequado.
Incentivar a criação de programas de coleta e reciclagem de eletroeletrônicos em nossas comunidades.

Consumo consciente
Comprar somente aquilo que for realmente necessário.
Verificar se o fabricante mantém programas de coleta e reciclagem de seus produtos – e cobrar dele essas ações.
Escolher itens de menor periculosidade. Um exemplo: baterias de lítio-níquel apresentam menor toxicidade do que as de níquel-cádmio. O site do Greenpeace internacional oferece um ranking de empresas que produzem eletroeletrônicos com menor risco ao ambiente: www.greenpeace.org/international/campaigns/toxics/electronics/how-the-companies-line-up.
Utilizar celular, baterias e carregadores conforme instruções dos fabricantes, o que ajuda a aumentar a vida útil desses equipamentos e evitar descartes.
Evitar a aquisição de produtos piratas, que geralmente desrespeitam normas de segurança.