Tão importante quanto praticar uma atividade física é cuidar para não sofrer lesões. Conheça as mais comuns e saiba como prevenir
Tão importante quanto praticar uma atividade física é cuidar para não sofrer lesões. Conheça as mais comuns e saiba como prevenir
Quem pratica uma atividade física regular sabe da importância desse hábito para a saúde. Para que essa prática se mantenha benéfica e prazerosa, é importante evitar as lesões. Torções, rupturas de tendão, fraturas ou uma tendinite podem atrapalhar um bom ritmo de treino e até mesmo forçar uma longa pausa involuntária.
As lesões podem ser divididos em dois tipos: as agudas e as crônicas. As primeiras são aquelas ocasionais, acidentais. ""As articulações mais atingidas são o joelho, o tornozelo e o pé, porque praticamente todos os esportes envolvem os membros inferiores"", diz o médico do esporte Ricardo Munir Nahas, do Fleury Check-Up Fitness.
Já as lesões crônicas ocorrem pelo esforço repetitivo. As tendinites são as mais frequentes. Trata-se de uma inflamação do tendão, que liga o osso ao músculo. ""É como uma corda: não tem propriedade elástica"", diz Nahas. Se insistir no movimento, apesar da dor, a pessoa começa a não conseguir mais fazer o treinamento e a dor aparece no dia a dia – ao abrir a geladeira, por exemplo. Também são comuns as fraturas por estresse. ""O osso vai quebrando devagar. Quebra uma vez e a pessoa corre de novo, sem deixar tempo para a recuperação"", explica Nahas.
Prevenção
É mais difícil evitar as lesões agudas, justamente porque são acidentais. É uma trombada no futebol ou a pisada no buraco no meio da corrida que acaba levando a uma lesão. Ainda assim, alguns cuidados ajudam. Não dispense os protetores típicos da atividade. No futebol, por exemplo, use a caneleira. Existem também exercícios que melhoram a chamada propriocepção. ""Quando você fecha os olhos, sabe que o tornozelo está em determinada posição. Melhorar essa habilidade diminui a chance de entorse"", explica André Yamada, radiologista da área de músculo-esquelético do Fleury.
Para evitar as lesões crônicas, moderação é a chave. Um profissional pode ajudar a definir o ritmo ideal de treino para cada pessoa, mas a atenção à dor é fundamental. ""A dor é o maior aliado do esportista"", reforça Nahas. Seja a dor durante a prática ou aquela que vem depois que o corpo esfria, ela indica que é preciso diminuir a carga. ""Se dói, não está certo"", confirma o médico. É comum se pensar que o atleta convive com a dor, mas essa é uma postura que só vale para atletas de alto rendimento. ""Com eles, nossa conduta é mais agressiva. Demoramos a tirar a pessoa da atividade"", conta Paulo Zogaib, médico do esporte da Sociedade Esportiva Palmeiras. Outro indicativo de que uma lesão crônica pode estar a caminho é o rendimento. ""O treino começa a não ser tão produtivo"", indica Páblius Staduto Braga da Silva, médico do Esporte do Fleury Medicina e Saúde.
Além disso, algumas práticas devem fazer parte da rotina de treino, como exercícios de reforço muscular, aquecimento e avaliações de equilíbrio – garantir que o grupo muscular do membro esquerdo faça o mesmo esforço que o grupo da direita, por exemplo. Manter uma dieta adequada favorece a boa recuperação dos tecidos.
Diagnóstico
Para confirmar se a dor é sinal de uma lesão crônica se instalando, ou para saber a gravidade da lesão aguda, os exames que usam métodos de imagem são grandes aliados (leia mais sobre diagnóstico por imagem na reportagem de capa). Os métodos mais usados são os raios X, o ultrassom e a ressonância. ""Para verificar o ligamento e lesões de menisco, geralmente usamos a ressonância"", finaliza Yamada.
Pontos fracos
Conheça as lesões mais comuns à cada tipo de atividade física e fique atento aos sintomas. Algumas delas são simples de prevenir.
Corrida e caminhada
O excesso de treino pode levar a fraturas por estresse na tíbia e à tendinite no tendão de Aquiles, na coxa e na batata da perna. Na caminhada, também existe o risco do exagero. ""Se está fácil, acrescente exercícios repetidos de musculação. O que não pode é ignorar a dor"", lembra Páblius Silva, médico do Esporte do Fleury.
Ciclismo
São comuns tendinites e artroses no quadril, no joelho, tornozelo e pé. Um bom posicionamento ajuda a prevenir. O ideal é ter o banco na altura do quadril e estender a perna na pedalada.
Natação
Pelo movimento constante da perna e um volume de treino excessivo, podem ocorrer lesões no quadril. Mas as tendinites de ombro são mais comuns.
Vôlei
Tendinite nos ombros é comum, mas as lesões nos membros inferiores também, por conta dos saltos. O piso importa. ""No vôlei de praia, a absorção do impacto é maior"", exemplifica Páblius da Silva.
Musculação
Por ser uma prática bastante previsível, a chance de lesão acidental é menor. ""Deveria ser a perfeição"", diz Páblius Silva, médico do Esporte do Fleury.
O excesso de carga ou de volume de treino, porém, pode levar a tendinites, hérnia de disco ou lesões na coluna por sobrecarga.
Futebol
É um esporte que deixa o corpo instável, uma vez que o jogador se apoia em uma perna e usa a outra para movimentar a bola. O desequilíbrio favorece tanto lesões agudas como crônicas, atingindo principalmente o joelho. ""Esse é um esporte que, se a pessoa pratica apenas uma vez por semana, traz mais risco que benefício"", argumenta Ricardo Nahas, do Fleury Check-Up Fitness.
Nem tudo que afeta o tendão é tendinite
Se a estrela do seu time vai ficar de fora daquela partida decisiva em decorrência de um problema de tendão, não está correto dizer, logo de cara, que ele está com uma tendinite – a não ser que o ortopedista do clube tenha feito esse diagnóstico. O correto é afirmar que ele tem uma tendinopatia, justamente o nome aceito cientificamente para designar todas as doenças relacionadas a essa estrutura do sistema musculoesquelético. A tendinite, por sua vez, é apenas uma das tendinopatias que existem, correspondendo a uma inflamação aguda, de curta duração, normalmente causada por movimentos repetitivos. Assim, se for essa a causa de seu ídolo ficar de fora da partida, é bastante provável que ele volte a campo em pouco tempo. Só torça para que a contusão dele não se trate de uma tendinose, uma tendinopatia mais grave, que ocorre após repetidas tendinites e se caracteriza pela degeneração do tendão, impedindo a realização do movimento que gerou as inflamações.
Estão abertas as inscrições para o processo seletivo do Programa de Fellow em Dermatoscopia e Mapeamento Corporal 2025 do Grupo Fleury.
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Publicação analisa o comportamento dos vírus respiratórios em crianças de 0 a 12 anos.
Boletim traz o comportamento dos vírus respiratórios na população acima de 13 anos.