A alimentação é um dos pilares da vida saudável. Saiba do que seu organismo precisa em cada fase da vida, para viver mais e melhor
Nos dias de hoje, o excesso de peso é um assunto que está à mesa. Há quem veja o problema só pelo lado estético, por querer perder alguns quilos ou a barriguinha. Mas, para outras pessoas, a obesidade é um problema de saúde. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que, no mundo, 1 bilhão de pessoas estão com sobrepeso. E outros 300 milhões estão obesas. Para muitas delas, a única solução é a cirurgia bariátrica, um procedimento médico que revolucionou o tratamento da obesidade, mas que, assim como as dietas em geral, não faz milagres. A cirurgia é o ponto de partida para uma nova vida, mas seu sucesso depende da adoção de novos hábitos.
“A cirurgia bariátrica pode ser considerada um divisor de águas”, afirma Páblius Staduto Braga Silva, médico do esporte do Fleury Medicina e Saúde. Os preparativos para a cirurgia devem ser iniciados cerca de seis meses antes. “O que as pessoas devem ter em mente é que a transição começa no período pré-operatório, com uma reeducação alimentar”, explica Karin Serdo Sarkis, nutricionista do Fleury. Esse processo deve ser realizado por um grupo multidisciplinar que inclui, além do cirurgião, nutricionistas e psicólogos que deverão conscientizar a pessoa da importância de uma alimentação equilibrada, composta de alimentos com alto valor nutricional. É importante lembrar também que a cirurgia bariátrica depende da indicação de médicos especialistas e é recomendada para pessoas com Índice de Massa Corporal (IMC) acima de 40, o que caracteriza a obesidade mórbida. Ela não é indicada para pacientes muito jovens (com menos de 20 anos) ou muito idosos.
Uma vez feita a cirurgia, a vida da pessoa passa a ser outra e sua dieta, obrigatoriamente, se transforma. O processo inicial passa pela cicatrização dos pontos e pela adaptação do organismo até chegar à rotina alimentar que deverá ser adotada dali em diante. Já no pós-operatório, existem várias etapas. “Atualmente, as etapas variam um pouco em duração e quantidade de alimentos, porque cada tipo de cirurgia e cada equipe trabalha com um protocolo diferente”, explica o cirurgião Martinho Rolfsen, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Metabólica e Bariátrica.
A primeira fase dura de quatro dias a uma semana. São cortados o açúcar e a gordura, e a pessoa ingere apenas líquidos claros, como água, água de coco, chá claro, suco de fruta natural coado, caldo vegetal sem tempero coado, e isotônicos, a cada duas horas – cerca de 50 ml de cada vez. Na segunda fase, que dura aproximadamente duas semanas, acontece a dieta líquida. “São cerca de 300 calorias diárias, administradas em pequenos volumes, ainda sem açúcar, e em seis a oito porções diárias de 60 ml”, explica a nutricionista. Nessa lista, entram leite desnatado e derivados, líquidos sem gordura, suco natural de frutas peneirado, água sem gás e chá claro, assim como temperos feitos à base de óleo vegetal, sal, cebola, alho, tomate ou salsinha.
A terceira fase já é uma transição para a dieta pastosa: durante cerca de uma semana, a pessoa mantém a dieta líquida, mas acrescenta alimentos como clara de ovo, bolacha de água e sal com leite, frutas raspadas ou em creme. Em seguida, mais 15 a 30 dias de purê, creme, mingau e carnes batidas e desfiadas. “Normalmente se come de três em três horas, somando cerca de 500 calorias”, afirma Karin. “Em seguida, a pessoa passa pela etapa da dieta branda, que sobe para 700 calorias e tem como objetivo evoluir a alimentação para a consistência normal”, explica. O volume de cada refeição varia de 50 ml a 200 ml, mas ainda sem a presença de especiarias, condimentos fortes, frituras, hortaliças cruas, grãos e leguminosas, que precisam ser liquidificados e embutidos para uma boa conservação e absorção.
Passados todos esses períodos, finalmente chega a fase normal, com a alimentação que deve ser a regular para a vida da pessoa: 1.000 calorias, incluindo todos os alimentos, refeições de três em três horas, ainda em pequenas porções, com o aumento gradativo da quantidade. A hidratação também é muito importante, por isso é recomendável a ingestão de 2 litros de água por dia. “As pessoas precisam entender que a cirurgia é uma ferramenta muito importante; é uma ponte para outro estilo de vida, que deve incluir exercícios e uma mudança na alimentação”, afirma Rolfsen. Em outras palavras, não existe mágica nem mudanças repentinas. “A mudança e os benefícios são muito grandes, mas é preciso que a pessoa se conscientize e mude também”, resume o cirurgião.
Diminuindo peso, fortalecendo os ossos
Com a grande mudança de peso advinda da cirurgia, a pessoa pode sofrer uma perda de nutrientes e vitaminas, o que talvez provoque problemas ósseos. Para evitar e controlar alterações na estrutura do corpo, é importante realizar exames diagnósticos por meio da densitometria óssea, que mede a densidade mineral óssea de acordo com padrões estabelecidos por idade e sexo. “O densitômetro tem um limite de peso. Os modelos mais antigos suportam no máximo 120 quilos. A máquina nova, que temos disponível aqui no Fleury, suporta até 200 quilos”, revela Sérgio Maeda, médico do serviço de Densitometria Óssea do Fleury.
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