Palavra do Especialista: Uma doença silenciosa | Revista Fleury Ed. 23

A resistência à insulina (RI) é uma resposta subnormal da glicemia a uma dada concentração de insulina. Muitas vezes se apresenta com valores elevados de insulina na presença de valores normais ou altos de glicemia.

FLEURY: O que é resistência à insulina?
Milena Teles: A resistência à insulina (RI) é uma resposta subnormal da glicemia a uma dada concentração de insulina. Muitas vezes se apresenta com valores elevados de insulina na presença de valores normais ou altos de glicemia.

FLEURY: Quais são as causas?
Milena Teles: Condições como obesidade, diabetes mellitus tipo 2, síndrome dos ovários policísticos, hipertensão arterial, sedentarismo e gravidez.

FLEURY: Como é diagnosticada?
Milena Teles: O exame clamp euglicêmico é o mais eficiente para avaliação de RI, mas é utilizado apenas em situação de pesquisa. Recentemente, foram desenvolvidos os índices HOMA-IR e o QUICK, que dosam a glicemia e a insulina em jejum, mas apenas complementam a avaliação, pois a suspeita de RI é clínica.

FLEURY: Quais são os sintomas e as consequências da RI?
Milena Teles: Alguns dos sinais clínicos são obesidade central e a presença de manchas castanho-aveludadas conhecidas como “acantose nigricans” no pescoço, axilas e virilha. A maior implicação clínica da RI é o desenvolvimento de diabetes mellitus tipo 2. Além disso, valores elevados de insulina estão relacionados à aterosclerose e de doenças cardiovasculares como infarto e acidente vascular cerebral.

FLEURY: Quais pessoas estão mais sujeitas à doença?
Milena Teles: Pessoas com obesidade central, ou seja, com acúmulo de gordura na região abdominal. A circunferência abdominal em caucasianos acima de 94 cm em homens e acima de 80 cm em mulheres configura risco cardiovascular aumentado.

FLEURY: Como a resistência à insulina pode ser tratada?
Milena Teles: Praticar atividade física regular e seguir uma alimentação equilibrada. Médicos também podem prescrever medicamentos “sensibilizadores de insulina”, como a metformina e as glitazonas.

Milena Teles, endocrinologista do Fleury Medicina e Saúde.