Ao entrar na escola, a criança passa por uma série de etapas e aprendizados, que acabam por transformá-la, bem como toda a sua família. Saiba como lidar, em cada fase, com aspectos importantes para a criança, que vão da educação à saúde.
Ao entrar na escola, a criança passa por uma série de etapas e aprendizados, que acabam por transformá-la, bem como toda a sua família. Saiba como lidar, em cada fase, com aspectos importantes para a criança, que vão da educação à saúde.
Com a chegada do bebê, uma nova vida começa. A rotina muda, a casa se adapta, os membros da família se organizam para ajudar nas tarefas. Nos primeiros meses, mãe e filho estabelecem uma relação especial, de cuidado, carinho e atenção. São semanas de aprendizado constante e convivência intensa que, com a volta da mulher ao trabalho ao final da licença-maternidade, estão sujeitos a grandes modificações. Nesse momento, começa uma nova etapa da vida, que passa a incluir, além dos familiares e amigos próximos, em muitos casos também, uma instituição essencial para o desenvolvimento da criança: a escola. Este será o cenário para diversos processos da formação do indivíduo, como a socialização propiciada no ensino infantil, a alfabetização promovida no início do ensino fundamental e a preparação para a formação superior e profissionalizante durante o ensino médio.
Em cada uma dessas fases, aspectos físicos, emocionais e pedagógicos de grande importância para delinear o futuro de cada criança ou adolescente serão desenvolvidos. Para isso, o ideal é que família e escola atuem em parceria, respeitando seus respectivos espaços e limitações, e dialogando bastante, para esclarecer dúvidas que forem surgindo ao longo do caminho. Quanto mais harmônica for essa relação, mais segura, confiante e saudável a criança estará para desempenhar seu papel, tanto em casa quanto no ambiente escolar.
Saúde e escola
Qual é o momento certo para que uma criança entre na escola? Esta é uma questão que muitas mães e pais se fazem. A resposta depende das necessidades de cada família. Para algumas, é possível que a família opte por deixar a criança em casa até atingir a idade obrigatória para ingresso no ensino fundamental, aos seis anos. Para outras, entretanto, o retorno da mãe às atividades profissionais pode requerer o início mais precoce da vida escolar de seus filhos.
Quando a licença-maternidade termina, muitas mulheres optam por deixar os bebês, que nesta fase em geral estão com 4 meses, em um berçário. Os médicos explicam que, por volta dessa idade e mais intensamente após os 6 meses, o organismo infantil passa por um período de diminuição de imunidade. Isso ocorre porque os níveis de anticorpos herdados da mãe começam a declinar, e o sistema imunológico da criança ainda está em desenvolvimento, em um processo que se completa por volta dos 2 anos de idade. Por isso, ao começar a frequentar o berçário, é comum que as crianças fiquem doentes. Segundo a pediatra Ivani Mancini, do Fleury Medicina e Saúde, algumas viroses podem ocorrer com maior frequência nesta faixa etária, provocando febre, diarreias e resfriados. “O convívio com outras crianças, nessa fase, facilita o contágio”, explica a médica.
Na maioria dos casos, os quadros são leves e tendem a melhorar em alguns dias. No entanto, o melhor procedimento quando a criança apresentar sintomas, que podem estar relacionados a alguma virose, é procurar o médico e deixá-la em casa até que melhore. Por isso, contar com um pediatra de confiança nessa fase é fundamental. Nas consultas regulares, esse especialista irá acompanhar o desenvolvimento do bebê, verificar se o ganho de peso e altura está ocorrendo em ritmo adequado, orientar a alimentação apropriada para a idade e recomendar vacinações. Além disso, poderá diagnosticar qualquer alteração ou doença que eventualmente ocorra. O médico que conhece o histórico da criança é o mais capacitado para orientar a família em todas essas situações.
Alimentação saudável
A atenção com a alimentação na escola é fundamental. “Os pais precisam conversar com os filhos, orientá-los sobre o que podem comer diariamente, ensinando o que pode ser melhor para o organismo”, lembra a nutricionista Carla Yamashita. Na lancheira, sanduíches com pão integral, frutas, sucos e barras de cereais são alternativas saudáveis aos salgadinhos e chocolates. O mesmo vale para as cantinas. “Algumas escolas já oferecem uma alimentação diferenciada, mais equilibrada e com alimentos mais saudáveis, o que facilita bastante a educação alimentar dos alunos”, diz. Em alguns colégios, os pais podem até escolher quais alimentos os filhos podem comprar. E o cuidado não se restringe somente aos pequenos. “O adolescente tende a comer mais fora de casa e a preferir fast-food. Por isso, escolas e pais precisam continuar estimulando uma alimentação saudável e equilibrada”, afirma Carla.
Para que a criança permaneça saudável, a escolha do berçário também é muito importante. O local precisa ser limpo e ter profissionais qualificados para dar todo o suporte de que o bebê necessita. “Há berçários com muitos recursos tecnológicos, como câmeras para as mães observarem as crianças a distância. Podem ser interessantes, mas o essencial é que tenham higiene, profissionais bem preparados e um número pequeno de crianças para cada cuidador”, complementa a médica.
Por volta dos 2 anos, quando a criança está com o sistema imunológico mais desenvolvido, além de já ter alcançado maior maturidade neurológica, com a aquisição da fala e do controle esfincteriano, pode ser um bom momento para entrar no universo escolar. Nesta fase, o convívio com outras crianças da mesma idade é muito importante, pois representa o início da socialização. Por isso, mesmo que a família tenha condições de manter a criança em casa com alguém da família ou com uma babá, pode ser interessante matriculá-la numa escola, pois, além da convivência com outras crianças, o ambiente escolar trará oportunidade para estímulos variados e adequados para a sua faixa etária. “As brincadeiras nessa etapa da vida têm um papel fundamental para a construção de conceitos e valores, e para que sejam experimentadas novas sensações”, diz o psicólogo Thiago Pavin, do Fleury. É por meio delas que a criança estimula a imaginação, trava contato com o outro e começa a desenvolver sua consciência corporal, trabalhando a coordenação motora. “A brincadeira apresenta uma forma de iniciação e de resposta a questões que se tornarão fundamentais no futuro, como competição, vitórias e perdas, inibição e desinibição”, explica.
Aos 4 anos, a criança migra para outra etapa da vida escolar, e entra na educação infantil. Um período também de bastante brincadeira e muito movimento. “É também o momento dos jogos em grupo, de brincadeiras com bola, de correr bastante, de maneira solta”, diz o médico do esporte do Fleury, Pablius Straduto Braga Silva. Segundo ele, a iniciação esportiva não deve ser feita com muitas regras nessa faixa etária, mas sim com bastante liberdade e estímulo.
Nessa fase da vida escolar, a criança passa a ter uma rotina em sala de aula. Ainda não tão rígida quanto terá no ensino fundamental, mas já com pequenas tarefas a desenvolver. Segundo a educadora Silvia Colelo, da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), aulas formais, separação dos conteúdos em disciplinas e cobrança pela leitura e escrita não são recomendadas nessa idade, pois isso significa pular etapas do desenvolvimento, o que pode acarretar pouco interesse pelos estudos e problemas de comportamento. No entanto, a introdução de novos conteúdos, em geral na forma de histórias e desenhos, passa a exigir maior concentração da criança, que em muito depende da integridade dos sentidos da visão e da audição. Por isso, pais e professores devem estar atentos se há dificuldade de aprendizado e desinteresse, que muitas vezes podem ser fruto de um problema em um destes sentidos. Assim, a partir dos 5 anos, é recomendado que a criança seja submetida a pelo menos uma avaliação auditiva, bem como a avaliações oftalmológicas anuais até os 10 anos de idade. “Sabemos hoje que alguns problemas de visão só podem ser totalmente corrigidos até aproximadamente os sete anos de idade, quando se dá a maturação completa da visão”, ressalta a pediatra Ivani.
Novas etapas
Com 6 anos, a criança começa o primeiro ano do ensino fundamental – que recentemente passou a ter duração de nove anos, em vez de oito. A partir daí, começa de fato o ensino formal, com aulas de português, matemática, ciências, entre outras disciplinas. Há maior cobrança dos conteúdos, e a criança passa a ter lição de casa e avaliações periódicas. É a hora de consolidar a alfabetização, escrevendo pequenos textos e lendo livros simples. É ainda a idade adequada para começar o ensino de música. “A área cerebral responsável por esses aprendizados está desenvolvida e a criança aprende mais rápido, mais fácil e de forma consistente”, explica a pediatra. Ou seja, é o momento de aproveitar a propensão fisiológica para introduzir novos conteúdos e estímulos, pois a criança está mais apta a absorvê-los.
Na entrada no ensino fundamental, é possível realizar uma avaliação direcionada para a prática de atividade física. É nesta idade que começam, com maior intensidade, as aulas de educação física - e também são identificadas as aptidões de cada um para o esporte. “Uma boa aula depende da criatividade e da proposta da escola. Mesmo dispondo apenas de uma quadra, podem ser oferecidas atividades criativas.
Na segunda etapa do ensino fundamental, a partir dos 11 anos, é interessante que sejam abordados assuntos relacionados à educação sexual. O corpo começa a se desenvolver, aparecem os primeiros sinais da puberdade e as diferenças entre meninos e meninas se acentuam, pois é comum que tenham ritmos diferentes de desenvolvimento - no corpo da menina, em geral, as mudanças ocorrem mais cedo do que no corpo do menino. “É importante que a escola trabalhe o tema, dando orientação e informações corretas aos estudantes”, lembra Ivani. O acompanhamento médico, nessa fase, pode ser feito pelo hebiatra, um pediatra especializado em adolescentes. No caso das meninas, é também indicado começar as visitas ao ginecologista, a partir da primeira menstruação.
Os três últimos anos da educação básica coincidem com o auge da adolescência. É quando acontecem os primeiros amores, e é despertada a sexualidade. São, ainda, os anos que antecedem a escolha da profissão, acompanhada de uma boa dose de estresse que precisa ser bem administrado. “É uma fase de muita cobrança e pressão. O estudante precisa de muita estrutura e confiança para lidar bem com esse momento. O apoio da família é muito importante”, afirma Silvia. Programas de orientação vocacional, contato com profissionais de várias áreas e visitas a universidades podem ajudar na escolha.
É por isso que, em todas as fases, pais e escola devem estar atentos ao desenvolvimento de crianças e adolescentes, enfrentando juntos os desafios que aparecerem e possibilitando o amadurecimento e o desenvolvimento pleno da capacidade intelectual e criativa de cada criança, bem como facilitar a sua inserção plena na sociedade.
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