O melhor combate a alguns problemas de saúde é a prevenção. Manter uma alimentação variada e saudável é um bom começo para uma pessoa tentar evitar a anemia.
O melhor combate a alguns problemas de saúde é a prevenção. Manter uma alimentação variada e saudável é um bom começo para uma pessoa tentar evitar a anemia. De qualquer forma, é muito importante ficar atento ao aparecimento de sintomas como fraqueza, cansaço, indisposição, desânimo e palidez, que podem indicar que o corpo não esteja recebendo a oxigenação necessária para trabalhar com eficiência e apontar um quadro de anemia.
Esses e outros sintomas podem surgir pela diminuição da hemoglobina, pigmento avermelhado situado dentro da hemácia ou glóbulo vermelho e que é responsável por levar o oxigênio dos pulmões para todas as células do organismo. Para produzir a hemácia, a medula óssea necessita de vários nutrientes, principalmente ferro, vitamina B12 e ácido fólico. Quando algum deles está em falta, uma das consequências é a anemia.
A principal carência nutricional que provoca anemia é a de ferro. De fato, ela é a causa mais frequente da doença, que também pode ocorrer pela falta de vitamina B12 ou de ácido fólico, embora estas sejam mais raras. Mesmo assim, a falta de ingestão raramente é a única justificativa do problema. “Ao comer um bife, geralmente, a pessoa assimila uma boa dose de ferro”, explica a hematologista Maria de Lourdes Chauffaille, assessora médica do Grupo de Hematologia do Fleury Medicina e Saúde.
Nos adultos, usualmente a falta de ferro ocorre por perda prolongada de sangue, seja por irregularidade na menstruação, para mulheres, ou decorrente de alguma lesão no esôfago, estômago ou no intestino. Sangramento por conta de uma úlcera, por exemplo, pode passar despercebido. Daí a importância de se investigar precisamente a causa da anemia. E, atenção: excesso de peso não é sinal de ausência de anemia. “Uma mulher pode ter engordado por ingerir massas demasiadamente e, ao mesmo tempo, ser anêmica por ter um sangramento menstrual excessivo”, exemplifica a hematologista Maria Stella Figueiredo, chefe da disciplina de Hematologia e Hemoterapia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Outro aspecto importante a se ressaltar é que os sintomas característicos da anemia também ocorrem em outras doenças. Por isso, a avaliação de um médico experiente e a investigação laboratorial minuciosa são fundamentais para possibilitar o diagnóstico correto.
Como veremos a seguir, cada fase da vida caracteriza-se por aspectos que demandam cuidados específicos e é preciso estar atento a essas mudanças. Os especialistas do Fleury sugerem algumas dicas.
Crianças: alimentação balanceada
Dados do Ministério da Saúde mostram que 21% das crianças brasileiras, com menos de cinco anos de idade, têm anemia. Prematuros podem nascer com propensão à anemia, porque é no último trimestre da gestação que sua reserva, ou estoque de ferro, é formado. A parasitose também é uma causa de anemia e ocorre como consequência da ingestão de água e/ou alimentos contaminados. Mas, é sempre bom prestar atenção na composição da dieta. “Depois dos seis meses, a criança precisa de uma alimentação mais diversificada, além da amamentação. Mas há crianças que gostam muito de leite e substituem as refeições pela mamadeira e, por isso, desenvolvem anemia”, explica Janete Kamikawa, pediatra do Fleury. Alguns sinais de anemia são palidez da pele e das mucosas, irritabilidade, desânimo, falta de apetite, apatia e dificuldade de aprendizagem. Além disso, o sistema imunológico pode ficar comprometido, o que deixa a criança mais vulnerável a contrair infecções. É preciso oferecer uma alimentação variada a partir dos seis meses de vida, com leite, frutas e papas salgadas que contenham carne ou frango, diversos tipos de folhas verde escuras, legumes, gema de ovo cozido, dentre outros. O ideal é não bater muito a papinha e, se possível, só amassar com o garfo. “É importante que a criança sinta o sabor de tudo que compõe a dieta”, explica Carla Yamashita, nutricionista do Programa de Gestão da Saúde do Fleury.
Mulheres: cuidados também na gestação
Segundo o Ministério da Saúde, 29,4% das mulheres entre 15 e 49 anos no País têm anemia. A mulher deve ficar sempre atenta ao seu ciclo menstrual e procurar um médico em caso de sangramento excessivo. Se for o caso, é necessário pensar também em perdas de sangue pelo trato gastrointestinal. Mas é durante a gestação, principalmente durante o terceiro trimestre, que ela fica mais vulnerável, pois a maior parte de suas reservas de ferro é destinada ao bebê que está se formando. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), entre 20% a 40% das gestantes no Brasil apresentam anemia. “A gestante pode passar bem pela gravidez, se já iniciou a gestação com um nível adequado de hemoglobina”, explica a hematologista Maria de Lourdes. Por segurança, porém, faz parte do pré-natal a suplementação de ferro e de outros nutrientes, justamente para repor as necessidades dessa fase. “A gestante pode apresentar enjôo, aversão a determinados alimentos e deixar de comer os nutrientes que precisa”, diz a hematologista.
Apesar dessas considerações, o médico experiente percebe quando a gestante necessita de investigações adicionais para detectar outras causas de anemia.
Na terceira idade...
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 10% das pessoas com mais de 65 anos têm anemia. Em geral, nessa faixa etária a pessoa só descobre o problema porque vai ao médico acompanhar alguma outra doença, crônica ou não. “Não se pode admitir que um indivíduo, somente por ser idoso, possa ter anemia. É preciso investigar a causa”, afirma Maria de Lourdes. O motivo mais comum é a perda de sangue por lesão no aparelho digestivo. Além disso, deve-se considerar a possibilidade da absorção do ferro ser afetada por algum medicamento. “Em alguns casos, por causa de problema de dentição ou de deglutição, a pessoa pode rejeitar carne”, lembra Carla Yamashita. Nesses casos, é importante oferecer alimentação pastosa, com carne moída, frango desfiado, feijão amassado e folhas batidas.
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