Citometria de fluxo mostra-se mais precisa para a detecção de hemorragia feto-materna | Revista Médica Ed. 7 - 2012

Com base em bem-sucedidos trabalhos, Fleury desenvolve projeto para padronizar a identificação e a quantificação de hemácias fetais na circulação materna por essa técnica.

Historicamente, o teste de Kleihauer-Betke era considerado o método-padrão para o estudo de hemorragia feto-materna (HFM). Contudo, essa metodologia já se mostrou imprecisa e subjetiva, com risco de levar a um aumento estimado do volume de HFM e a uma consequente administração desnecessária de imunoglobulina anti-Rh, o tratamento preconizado para evitar a doença hemolítica do recém-nascido.

Nos últimos anos, diversos trabalhos demonstraram que a imunofenotipagem por citometria de fluxo multiparamétrica (CFM) oferece maiores sensibilidade e precisão que a contagem visual, permitindo identificar baixos níveis de hemácias fetais na circulação materna.

Com base nessas experiências, a equipe de Hematologia do Fleury lançou mão de um projeto para padronizar a técnica de detecção e quantificação de hemácias fetais por CMF em amostras de sangue periférico, no qual utilizou um kit comercial, com os anticorpos monoclonais anti-HbF (PE) e antianidrase carbônica tipo 2 (FITC), e um método in house, que combina o anti-HbF (clone HbF-1, PE) e o anti-D (clone BRAD-3, FITC).

Na prática, ambas as metodologias foram igualmente eficazes na identificação de células fetais nas dez amostras de sangue periférico intencionalmente contaminadas com diferentes quantidades de sangue de cordão umbilical ABO-compatíveis.

No entanto, o método desenvolvido internamente evidenciou melhor desempenho, já que possibilitoua  nítida separação entre células de adultos e fetais, bem como a contagem do número de hemácias de adulto com Hb fetal, razão pela qual será posto em rotina nos próximos meses.

“De fato, a citometria de fluxo quantifica a HFM com maior exatidão, mesmo diante de pequenas concentrações de células fetais, contribuindo decisivamente para a definição terapêutica, uma vez que a dose apropriada para administração de imunoglobulina anti-D depende do volume de células do feto na circulação materna”, resume o hematologista Alex Freire Sandes, assessor médico do Fleury na área de Hematologia.

Autores
Sandes, AF; Maekawa, Y; Tamashiro, N; Takao, TT; Ritter, EC; Silva, ACT; Sousa, FA; Rizzatti, EG.


Contato
alex.sandes@grupofleury.com.br