Em busca da melhor estratégia para uma ampla pesquisa de agentes virais | Revista Médica Ed. 1 - 2018

Diferentes testes estão disponíveis para a detecção de vírus respiratórios, com metodologias distintas e variação na composição do painel de agentes pesquisados.

Vírus sincicial respiratório visto por microscopia eletrônica de transmissão.


Sou pediatra e tenho um paciente de 6 meses internado devido a uma insuficiência respiratória aguda, iniciada há cinco dias. Seu irmão gêmeo apresentou bronquiolite por vírus sincicial respiratório (VSR) cerca de dez dias antes de ele começar a apresentar sintomas. Ademais, houve dois casos confirmados de infecção por Bordetella pertussis no berçário que frequentam. O hospital realizou investigações isoladas para os dois agentes, assim como teste molecular para influenza, que se mostraram negativos. Nesse cenário, quais são os recursos disponíveis para uma pesquisa mais abrangente do agente etiológico, uma vez que presumimos se tratar de um quadro viral?


As infecções respiratórias agudas de origem viral constituem importante causa de morbimortalidade e seu impacto clínico costuma ser relevante em crianças. A identificação do agente associado a esses quadros permite avaliar a necessidade de terapia antiviral específica, melhor presumir o prognóstico e evitar o uso desnecessário de antibióticos, ajudando igualmente a definir estratégias para prevenir a propagação de tais doenças.


Diferentes testes estão disponíveis para a detecção de vírus respiratórios, com metodologias distintas e variação na composição do painel de agentes pesquisados.


Nos casos de doença respiratória aguda grave, como o de seu paciente, assim como em imunossuprimidos, dá-se preferência ao painel molecular para a pesquisa de vírus respiratórios. O teste não apenas exibe alta sensibilidade, como também contempla uma ampla diversidade de diagnósticos etiológicos simultâneos, incluindo as coinfecções.


Para esse contexto específico, poderia, inclusive, ter sido usado como exame inicial, já que, além de 16 vírus, incluindo o VSR e o influenza A e B, o painel realizado pelo Fleury consegue identificar a Bordetella pertussis, o Mycoplasma pneumoniae e a Chlamydophila pneumoniae. Vale ressaltar ainda que somente os métodos moleculares apresentam sensibilidade adequada para adenovírus, um agente importante nas infecções respiratórias infantis.


O teste disponível atualmente no Fleury é realizado por PCR multiplex em tempo real e se baseia na tecnologia por film-array, que integra todas as etapas das múltiplas reações de PCR em um único dispositivo, completamente automatizado, sem a possibilidade de contaminação da amostra no decorrer do processo e com resultados muito mais ágeis. É feito preferencialmente em raspado nasal, mas pode utilizar outros materiais, como lavado ou aspirado de nasofaringe, raspado de orofaringe e lavado brônquico ou broncoalveolar.


  



Dr. Celso Granato,

Assessor médico do Fleury em Infectologia

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