Lesões por sobrecarga: um adversário a vencer | Revista Médica Ed. 6 - 2009

O erro no treinamento é uma das causas de excessos na prática de atividade física, mas pode ser detectado e combatido com o acompanhamento clínico estreito do esportista.

O erro no treinamento é uma das causas de excessos na prática de atividade física, mas pode ser detectado e combatido com o acompanhamento clínico estreito do esportista.

Todos sabemos da importância da atividade física regular, porém, como tudo em medicina, também aqui a dose errada faz a diferença entre o remédio e o veneno. O exagero nessa prática impede o acesso aos benefícios que ela oferece e, como se não bastasse, traz diversos prejuízos à saúde. O fato é que, para que haja uma resposta adaptativa do organismo a um programa de exercícios, a carga utilizada deve exceder o limite de energia gasto nas tarefas do dia a dia, obrigando o corpo a se adequar à medida que o estímulo regular for oferecido. Quando vai além dessa capacidade de condicionamento, a sobrecarga pode gerar doença, quase sempre manifestada por dor associada ao exercício. E todos os tecidos do organismo sentem os reflexos disso. Podem surgir desde bolhas na pele, por conta de seu atrito com o calçado nas corridas, até fraturas ocasionadas por estresse ou fadiga, passando por tendinites, bursites e lesões musculares. Nos indivíduos clinicamente saudáveis, os problemas decorrentes de tais excessos provêm sobretudo do erro de treinamento, em especial da mudança súbita na quantidade total de treino, tanto em intensidade quanto em duração e frequência. Uma vez instaladas, as lesões por sobrecarga são de difícil solução, levando a pessoa a mudar o esporte escolhido – algo já bastante desestimulante – ou até mesmo a ter de interromper sua atividade, ficando, assim, privada desse valoroso fator de proteção contra os eventos cardiovasculares. Daí a necessidade de investir em prevenção, que, nessa situação, se traduz não apenas no acompanhamento da evolução do treinamento, como também na investigação de sinais de sobrecarga que possam não estar sendo devidamente valorizados pelo paciente.

Assessoria Médica
Dr. Ricardo Nahas: [email protected]