Para orientar decisões rápidas | Revista Médica Ed. 1 - 2015

Muita coisa já mudou no manejo das leucemias, embora o índice de recidiva permaneça alto nos casos agudos

Muita coisa já mudou no manejo das leucemias, embora o índice de recidiva permaneça alto nos casos agudos. Os recursos diagnósticos hoje disponíveis não podem modificar esse cenário, mas permitem o conhecimento aprofundado da patogênese da doença, o que favorece uma boa estratificação do risco do paciente, bem como avaliar a resposta à terapia e, sobretudo, flagrar precocemente a recaída. 


Nesse contexto, ganham cada vez mais relevo os testes genético-moleculares, como você pode conferir na matéria de capa desta revista, que reconhecem alterações associadas com desfechos favoráveis e desfavoráveis e ajudam a detectar doença residual mínima. O fato é que, bem utilizados, esses e outros métodos possibilitam tomar decisões rápidas nas leucemias mieloides agudas, com impacto na sobrevida dos pacientes.


Ainda dentro da Onco-Hematologia, a presente edição também mostra a utilidade da pesquisa da mutação no gene da calreticulina, que acaba de ser incorporada à rotina do Fleury. A recente descoberta dessa alteração genética, no fim de 2013, ampliou as possibilidades diagnósticas para o grupo de pacientes com neoplasias mieloproliferativas crônicas, já que ela está presente em 70% dos indivíduos sem mutações em JAK2 e MPL, os dois principais genes envolvidos nessas doenças.


Outro destaque que, como cardiologista, não posso deixar de comentar está na seção de Atualização, que apresenta a estratificação do risco cardiovascular segundo as novas diretrizes americana, europeia e brasileira para o tratamento das dislipidemias e a prevenção da aterosclerose. Diante de uma realidade em que os fatores de risco cardiovascular só fazem aumentar, esse consenso traz uma visão prática e eficiente numa seara em que sabidamente podemos intervir. 


Para terminar, quero chamar sua atenção para a entrevista deste número, na qual nosso infectologista Jessé Reis Alves conta sua vivência de um mês, na Libéria, cara a cara com o vírus Ebola. Uma experiência médica e pessoal para toda a vida, que temos muita satisfação de compartilhar com você. 



Um forte abraço,



Dra. Jeane Tsutsui

Diretora Executiva Médica | Grupo Fleury